Um novo tratamento para doenças raras (HPN, SHUa e MGg) é lançado no Brasil pela farmacêutica AstraZeneca. São estimados entre 7 e 8 mil diferentes tipos de doenças raras no mundo, entre elas, a Miastenia Gravis generalizada (MGg), a Síndrome Hemolítico Urêmica atípica (SHUa) e a Hemoglobinúria Paroxística Noturna (HPN). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), aprovou a molécula ravulizumabe para as indicações para SHUa e MGg e ampliou o uso para HPN pediátrico - que já tinha aprovação em 2019 para uso para pacientes adultos, e que pode proporcionar melhor qualidade de vida aos pacientes.
O Ministério da Saúde (MS) define as doenças raras pela baixa prevalência de pessoas afetadas: 65 a cada 100 mil habitantes. Este número representa aproximadamente 13 milhões de brasileiros, ou, comparativamente, a população da cidade de São Paulo.
“Esse lançamento, com indicação para doenças de diferentes áreas - neurologia, nefrologia e hematologia - é um marco no cenário de doenças raras no Brasil e pode transformar a vida dessas pessoas. Na AstraZeneca, acreditamos que ao compreender as necessidades únicas dos pacientes, podemos pesquisar e desenvolver novas soluções, apoiar o acesso ao tratamento e interceder em defesa dessa comunidade de pessoas e, consequentemente, melhorar sua qualidade de vida”, declara Marina Belhaus, diretora médica da AstraZeneca Brasil.
A médica Lilian Palma, do Departamento de Nefrologia Pediátrica da Unicamp, pontua que “para a nefrologia pediátrica, em específico para a SHUa, esse lançamento pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes, pois as infusões dos medicamentos podem ser mais espaçadas, para até oito semanas. Isso significa a diminuição no absenteísmo na escola, para as crianças, e no trabalho, para os adultos”. Palma reforça também a importância da educação médica continuada, já que “95% dos tratamentos para essas condições ainda são feitos por meio de medicamentos paliativos e serviços de reabilitação2. Por isso, os grupos de estudo são fundamentais para a atualização da sociedade médica no tratamento das doenças raras e ultrarraras”.
Os desafios
Outros desafios permeiam a área para além do tratamento, como o diagnóstico precoce, já que um paciente pode chegar a consultar até 10 médicos diferentes para obter o diagnóstico correto. A antecipação é determinante para iniciar o tratamento no tempo mais curto possível, já que são doenças, em sua maioria, progressivas, degenerativas, crônicas e incapacitantes. “Além da aliança e parcerias entre indústria médica e farmacêutica para o avanço de novas soluções, é preciso também do aprofundamento na conversa sobre o tema entre sociedade médica e sociedade em geral, com o intuito de viabilizar a transformação da trajetória de saúde de pacientes com doenças raras”, encerra Palma, apontando a importância de mobilização de toda a sociedade em prol desses pacientes, muitas vezes, invisibilizados.
Esse lançamento reforça o compromisso da AstraZeneca com a contínua pesquisa dos chamados medicamentos órfãos, que são os indicados para as doenças raras, mas que representam apenas 2% dos tratamentos disponíveis. Essa classe é capaz de interferir na progressão das condições dos pacientes e traz uma nova abordagem para tratar essas condições.
Saiba mais sobre SHUa
A síndrome hemolítico urêmica atípica é uma doença ultrarrara, genética, crônica, causada pela inabilidade de regular o sistema complemento de defesa do corpo. Frequentemente, resulta em dano grave e progressivo aos órgãos, principalmente insuficiência renal aguda, muitas vezes irreversível e morte. Tem incidência em todas as idades, com prevalência um pouco maior em mulheres e idade média de 20 anos.
Saiba mais sobre MGg
A miastenia gravis é uma doença autoimune, cuja principal característica é fraqueza muscular flutuante, que melhora com o repouso e piora com o exercício ou ao longo do dia. A fraqueza pode ser limitada aos musculos oculares ou ser generalizada (MGg), atingindo outros grupos musculares tal como faciais, bulbares, etc. A incidência da MG varia de 5 a 30 casos por milhão de habitantes por ano, e a prevalência de 100 a 200 casos por milhão de habitantes, havendo um discreto predomínio em mulheres.
Saiba mais sobre HPN
A hemoglobinúria paroxística noturna (HPN) é uma doença rara progressiva e com risco à vida, que se desenvolve nas células-tronco e acontece devido a uma mutação genética. Essa alteração faz com que os glóbulos vermelhos do sangue sejam destruídos com mais facilidade pelo sistema complemento e gera, no corpo, uma dificuldade em repor esses elementos. Na maioria das vezes, a HPN acontece em indivíduos com idade entre 30 e 50 anos e parece atingir homens e mulheres na mesma proporção.
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