No último 14 de abril foi comemorado o Dia Mundial da Doença de Chagas. Transmitida pelo barbeiro, inseto que pode estar presente na zona rural, com preferência por casas sem alvenaria, afeta cerca de seis milhões de pessoas no mundo, principalmente em países da América Latina. Ela pode ter consequências graves para a saúde, incluindo problemas cardíacos. Isso porque, ao picar o ser humano, o inseto transmite um microorganismo protozoário (Trypanosoma Cruzi), que ao entrar na corrente sanguínea, pode ir até as células do coração e gerar a doença cardíaca.
A Doença de Chagas acomete o coração de maneira lenta e silenciosa, gerando pequenas lesões, principalmente, no músculo cardíaco. Isto, ao longo do tempo, pode gerar aumento do coração, perda de força, arritmias e trombose. Contudo, alguns pacientes podem ser assintomáticos, e os sintomas de insuficiência cardíaca (ou coração fraco) podem se manifestar tardiamente. De acordo com especialistas, as principais reações são falta de ar aos esforços, fadiga, palpitações, tonturas, síncope e inchaço das pernas.
Forma crônica
“O diagnóstico na fase aguda é importantíssimo, pois permite o tratamento, evitando as complicações da forma crônica que geralmente se manifestam 10 anos ou mais após a infecção inicial. A detecção precoce dos achados da Doença de Chagas permite melhor controle dos sintomas e retarda a evolução da doença, sendo importante neste processo uma boa avaliação clínica, com exame físico detalhado, eletrocardiograma, ecocardiograma e teste ergométrico”, destaca o cardiologista Marcos Perillo, do Hospital Encore, em Aparecida de Goiânia- GO, parte do grupo Kora Saúde.
O tratamento de pessoas afetadas com a Doença de Chagas na forma aguda deve ser imediato, com Benznidazol, pois até 40% das pessoas infectadas não tratadas desenvolvem a forma crônica e suas sequelas. Importante destacar que o tratamento etiológico tem limitação de uso em mulheres durante a gestação ou em casos em estágio avançado da doença com comprometimento cardíaco.
Os principais benefícios esperados do tratamento são a redução da parasitemia e da reativação da doença, melhora dos sintomas clínicos, aumento da expectativa de vida, redução de complicações clínicas (tanto na fase aguda quanto na crônica) e aumento da qualidade de vida. Na fase crônica indeterminada, o tratamento é bem indicado em crianças e adolescentes. Já em adultos, o benefício ainda é incerto.
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“A Doença de Chagas é uma doença grave e que pode ter consequências sérias para a saúde. Por isso, é fundamental que as pessoas se informem sobre a enfermidade e adotem medidas preventivas, como o uso de repelentes e o controle dos insetos transmissores. Além disso, é importante que os profissionais de saúde estejam alertas para a possibilidade de infecção por Trypanosoma”, conclui o médico.
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