Você sabe o que é um quadro de cisticercose? Um raio x de tórax, que viralizou nos últimos dias nas redes sociais, mostrou a doença parasitária provocada pela ingestão dos ovos de Taenia solium, que provocaram o aparecimento de cisticercos, pequenos nódulos, que atingem o tecido do paciente. O caso reforça a importância de fazer exames parasitológicos sempre que o paciente apresentar sintomas gastrointestinais ou periodicamente nos checape.
Para a médica patologista clínica, prof. dra. Vera Castilho, do Laboratório de Parasitologia Clínica da Divisão de Laboratórios do Hospital das Clínicas-FMUSP e associada à Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) é preciso acrescentar os exames parasitológicos nas visitas de rotina ao médico. “Elas devem ser anuais para todos, ou sempre que viajar para regiões endêmicas onde ocorre transmissão de parasitas”, esclarece a médica patologista clínica.
A cisticercose é uma infecção mais frequente nos indivíduos imunodeprimidos, como transplantados, autoimunes, oncológicos ou que convivam com o HIV. É uma parasitose cujo ciclo tem início a partir da ingestão de alimentos ou água contaminados por ovos da Taenia solium. Os porcos e vacas são considerados hospedeiros intermediários e o paciente infectado, hospedeiro definitivo, nos casos da teníase. Nos casos mais graves, a infecção pela cisticercose é mais direcionada para o sistema nervoso central.
Além da alimentação, alguns fatores socioambientais devem ser considerados na infecção por parasitas intestinais, como a ausência de saneamento básico, educação e tipo de moradia da população. “A infecção mais comum, a teníase - ou solitária, como é dita popularmente - provocada pela presença do parasita no intestino delgado”, explica Vera Castilho, que indica formas simples de prevenir o contágio:
- Lavar bem os alimentos;
- Cozinhar ou assar bem alimentos;
- Ferver e filtrar a água;
- Lavar bem as mãos com sabonete antes de comer;
- Andar sempre calçado(a);
- Evitar o contato com terra ou lama.
Diagnóstico e tratamento
A forma mais comum de diagnosticar uma parasitose intestinal é através de sintomas gastrointestinais, e exames parasitológicos - a presença de ovos, cistos ou larvas - nas fezes. “O exame parasitológico deve ser em três amostras de fezes coletadas em dias diferentes, preferencialmente dias alternados ou numa sequência de três dias. Entretanto, um exame negativo não afasta a hipótese de infecção. Caso haja sintomas, é adequado repetir os exames parasitológicos dentro de 20 dias e fazer exames mais detalhados”, explica a médica associada da SBPC/ML.
A forma mais comum de diagnosticar uma parasitose intestinal é através de sintomas gastrointestinais, e exames parasitológicos - a presença de ovos, cistos ou larvas - nas fezes. “O exame parasitológico deve ser em três amostras de fezes coletadas em dias diferentes, preferencialmente dias alternados ou numa sequência de três dias. Entretanto, um exame negativo não afasta a hipótese de infecção. Caso haja sintomas, é adequado repetir os exames parasitológicos dentro de 20 dias e fazer exames mais detalhados”, explica a médica associada da SBPC/ML.
A automedicação não deve ser considerada. “Há pessoas que tomam vermífugos preventivamente. Mas remédios são prescritos apenas quando não houver possibilidade do exame parasitológico e do diagnóstico da parasitose. Outro ponto importante é ser detectado com os exames os parasitas que estão presentes. Os medicamentos antiparasitários ministrados preventivamente não conseguem atingir todos os tipos de parasitas, que são muitos. O médico é quem vai definir o medicamento necessário, se for o caso”, finaliza a médica patologista clínica Vera Castilho.