Carne vermelha

Carne vermelha

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Segundo dados divulgados pelo IBGE, o consumo de carne bovina no Brasil atingiu, em 2022, o menor nível desde 2004, com uma média de 24 kg por habitante ao longo do ano. A redução no consumo tem sido atribuída a diversos fatores, incluindo os preços da carne e uma maior conscientização sobre a importância de uma alimentação equilibrada e ecologicamente mais correta. 

O nutricionista Felipe França, especialista em oxidologia e bioquímica celular e sócio-fundador da Clínica Soloh de Nutrição, explica que a carne vermelha é uma fonte importante de proteína, ferro, zinco e outros nutrientes essenciais para o corpo humano. Além disso, é uma das principais fontes de vitamina B12, encontrada principalmente em alimentos de origem animal como carne, peixe, ovos, leite e laticínios. 

Ele destaca, no entanto, que uma dieta sem carne vermelha pode ser saudável e fornecer todos os nutrientes necessários, desde que seja equilibrada e variada. "Alguns estudos sugerem que uma dieta vegetariana ou com baixo teor de carne vermelha pode ter benefícios para a saúde, como a redução do risco de doenças crônicas, como doenças cardíacas, derrames e certos tipos de câncer". 


A administradora Nirte Aparecida Santos Azevedo, de 46 anos, conta que reduziu o consumo de carne e produtos de origem animal, porém, com acompanhamento de nutricionista. "Faço acompanhamento com a nutricionista Patrícia Lara há mais de 10 anos, nesse tempo, a gente foi procurando fazer uma alimentação mais limpa, vendo o que realmente me fazia bem, o que não fazia, e foi um processo". Ela conta que, mesmo antes de reduzir, dava preferência para peixe e ovos. "Alguns dias tinha carne vermelha, outros não, sempre deixava para consumir aos finais de semana, em confraternizações, churrasco, algo do tipo. Fui diminuindo com o tempo".
 

No entanto, houve um momento de "virada de chave", quando ela decidiu realmente fazer uma redução mais drástica no consumo de carne vermelha e alimentos de origem animal. "Lembro de um dia, em outubro de 2020, em que acordei já pensando que eu poderia reduzir o consumo de carne e não ter nenhum rótulo, nem vegetariana, nem vegana, simplesmente reduzir, e foi o que eu fiz. Naquela manhã eu decidi que não ia comer nada de carne. Fiquei um tempo sem comer nada de origem animal, com o tempo fui introduzindo, junto à nutricionista, fui vendo o que não me fazia bem. Hoje em dia, acho que minha alimentação é de 80 a 90% à base de vegetais. É a forma que me sinto melhor, me sinto leve, sou livre para comer o que eu quero, o que meu corpo agradece. Então, prezo por essa qualidade. Eu amo a minha alimentação, à base de vegetais, na maior parte do tempo. Esporadicamente como um peixe, algo derivado de leite, mas na maior parte do tempo é à base de vegetais, sem nenhum sofrimento". 

Felipe França ainda ressalta que existem muitas fontes vegetarianas de proteína, como feijão, lentilha, ervilha, grão de bico, nozes, sementes e produtos à base de soja, e que o ferro pode ser encontrado em alimentos como espinafre, couve, feijão, grãos integrais e nozes.

Vitamina B12


Felipe pontua, no entanto, que pessoas que seguem uma dieta vegetariana ou vegana estrita precisam obter vitamina B12 suficiente através de suplementação ou alimentos fortificados para evitar a deficiência. "As quantidades de vitamina B12 em alimentos vegetais são geralmente muito baixas, e a absorção dessas formas de B12 pode ser limitada ou variável. Além disso, algumas pessoas podem ter dificuldade em absorver vitamina B12 devido a problemas de saúde, como doença de Crohn ou cirurgia gástrica, e podem precisar de suplementos ou injeções de vitamina B12". 

O nutricionista chama a atenção para a importância da vitamina B12. "Quando a vitamina B12 é absorvida pelo corpo, ela é convertida em metilcobalamina e adenosilcobalamina, que são as formas ativas da vitamina B12. A metilcobalamina desempenha um papel importante na regeneração de folato e na manutenção do sistema nervoso central, enquanto a adenosilcobalamina está envolvida no metabolismo de aminoácidos e ácidos graxos. Ambas as formas ativas da vitamina B12 são necessárias para uma boa saúde e função corporal".

Por fim, Felipe lembra que cada indivíduo é único e pode ter necessidades nutricionais diferentes, sendo importante buscar orientação de um profissional da área para uma alimentação equilibrada e saudável.