Conhecida popularmente como “gripe”, a influenza é a causa de surtos e pandemias desde os primórdios da humanidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos, são notificados cerca de 1 bilhão de casos da doença, dos quais de 3 a 5 milhões são graves e entre 290 e 650 mil evoluem para óbito. Para evitar que o vírus continue fazendo mais vítimas, anualmente, o Ministério da Saúde (MS) realiza campanhas de vacinação na rede pública e em parceria com a rede privada de saúde.




 
Isso porque a gripe é causada por diferentes tipos de vírus influenza, sendo o A e o B os mais relevantes para humanos. “A influenza A é classificada em diversos subtipos, com ênfase para os H1N1 e H3N2, responsáveis pela maioria dos casos. Já o influenza B tem duas linhagens: Victoria e Yamagata. Por isso, existem vacinas trivalentes e tetravalentes”, explica Juliana Oliveira da Silva, infectologista, coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar e do Centro de Vacinação do Hcor.
 
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As vacinas trivalentes protegem contra três cepas do vírus, sendo duas de influenza A e uma B. Já as tetravalentes fortalecem a imunização contra os quatro subtipos. No momento, a campanha do MS disponibiliza apenas a vacina trivalente e para grupos mais propensos a desenvolver formas graves da enfermidade, como adultos com mais de 60 anos, crianças com menos de cinco anos, gestantes e puérperas e doentes crônicos. Já os centros de vacinação privados oferecem também a vacina tetravalente e podem imunizar a população geral. Contudo, a tendência é que, nos próximos anos, apenas vacinas tetravalentes sejam produzidas. 

“As vacinas tetravalentes são importantes porque, nos últimos anos, temos visto a cocirculação das duas linhagens de influenza B em uma mesma estação. Além disso, verificamos que a linhagem de Influenza B contida na vacina trivalente não foi a predominante em 50% das temporadas de gripe”, esclarece Juliana Oliveira da Silva. Em 2023, uma nova opção de vacina tetravalente está disponível para a população acima de 60 anos na rede privada. Chamada de vacina tetravalente de alta concentração (high dose), ela tem maior concentração do antígeno, gerando maior proteção nessa faixa etária, que tem resposta mais reduzida devido à imunossenescência (envelhecimento imunológico) e à presença de doenças crônicas.




 

Vale ressaltar que a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm) recomenda o uso preferencial da vacina tetravalente, pelo maior espectro de proteção. Quando isso não for possível, a vacina trivalente deve ser utilizada de maneira rotineira, especialmente nos grupos de maior risco para o desenvolvimento de formas graves da doença. 

É importante saber

  • O período de circulação do vírus influenza ocorre, justamente, no outono e no inverno, por isso a vacinação é recomendada nessa época do ano;
  • A proteção oferecida pela vacina, geralmente, é obtida em 2 a 3 semanas. A duração da proteção varia, sendo, usualmente, de 6 a 12 meses;
  • A vacina tetravalente contra influenza pode ser administrada junto com outras, inclusive em conjunto com a vacina a contra a COVID-19.
 

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