Posicionado como o sexto tipo de neoplasia mais comum entre os homens e o 15º entre as mulheres, o câncer de esôfago afetou cerca de 11.390 brasileiros em 2022, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Esse tipo de tumor é considerado grave e afeta, principalmente, pessoas a partir dos 50 anos, sendo mais incidente nas regiões Sudeste e Sul do país. Neste Mês de Conscientização do Câncer de Esôfago, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) chama atenção para a doença e faz um alerta em relação aos sintomas: eles podem ser confundidos com os de refluxo, o que muitas vezes resulta em diagnóstico tardio.



O carcinoma epidermoide é um dos tipos mais frequentes de câncer no esôfago, sendo responsável por mais de 90% dos casos da doença. Segundo Juliana Florinda de Mendonça Rêgo, do Comitê de Tumores Gastrointestinais Alto da SBOC, esse tumor está principalmente associado ao consumo de tabaco e álcool. "Ele se manifesta nas células escamosas, que fazem parte do revestimento do terço superior e médio do esôfago", detalha a oncologista clínica.

Já o adenocarcinoma, outro entre os tipos mais incidentes, origina-se nas glândulas secretoras de muco presentes sobretudo no terço inferior do esôfago. "Em sua maioria, o adenocarcinoma está relacionado ao esôfago de Barrett - uma mudança anormal das células presentes na porção inferior do esôfago -, à esofagite de refluxo crônica, à obesidade e ao fumo", explica a especialista.

Sintomas escondidos e diagnóstico

Em sua fase inicial, o câncer de esôfago tende a ser assintomático. Os sintomas surgem progressivamente quando a doença já se encontra em estágios mais avançados. Os principais são: dificuldade para engolir alimentos sólidos (disfagia) e, dependendo do avanço da doença, até mesmo alimentos líquidos, dor ao engolir (odinofagia), refluxo, que muitas vezes atrapalha e mascara o diagnóstico, dor atrás do esterno (osso do peito), perda de peso provocada pela dificuldade de se alimentar, náuseas e vômitos, azia, rouquidão, tosse, falta de ar e hemorragia digestiva.



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O diagnóstico é feito por meio da endoscopia digestiva alta e, se detectado o câncer de esôfago, outros exames podem ser solicitados, como PET-CT, tomografia computadorizada, broncoscopia e ultrassonografia. Definir em qual estágio da doença o paciente se encontra é fundamental para a escolha correta do tratamento. "A ressecção tumoral é indicada na grande parte dos casos, seja por meio da ressecção endoscópica ou pela realização da cirurgia de esofagectomia", diz Juliana. Cirurgia, radioterapia e quimioterapia, associadas ou não, são métodos importantes no tratamento desse tipo de câncer.

"Como com toda doença, a melhor forma de se prevenir do câncer de esôfago é mantendo bons hábitos de vida. É importante reforçar que o fumo e o consumo de bebidas alcoólicas são fatores de risco. Adotar uma dieta saudável e balanceada, além da prática de exercícios físicos, é de extrema importância para a saúde de todos e ajuda na prevenção deste e outros diversos tipos de câncer", conclui a médica.

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