As doenças respiratórias ganham mais destaque no outono e no inverno, quando são mais recorrentes em função do clima mais seco, contribuindo para a propagação de vírus, entre eles o da gripe.
De acordo com o boletim da Fiocruz, divulgado em abril, existe um crescimento da Síndrome Respiratória Aguda (SRAG) em 16 estados brasileiros, o levantamento também aponta que o aumento nos casos de internação está associado aos vírus influenza A e B. Só em 2023 já foram notificados 16.827 casos de SRAG, sendo 5.711 (33,9%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 7.744 (46,0%) negativos, e ao menos 2.298 (13,7%) aguardando resultado laboratorial. Entre os casos positivos do ano corrente, 1,6% são Influenza A, 1,6% Influenza B, 25,0% vírus sincicial respiratório (VSR), e 63,6% SARS-CoV-2 (COVID-19).
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“Para evitar problemas respiratórios, dos mais simples aos mais complexos, é essencial que o paciente redobre sua atenção, tenha uma boa alimentação, beba muita água e que também tenha o acompanhamento para ingerir vitaminas e outros suplementos que vão ajudar a fortalecer o sistema imunológico.” Vale lembrar também, que a vacinação é indispensável”, alerta o farmacêutico Mário Abatemarco.
Fortaleça a imunidade
O especialista destaca ainda que uma das maneiras mais eficazes de prevenir gripes e resfriados é reforçar a imunidade. Afinal, fica muito mais difícil para os vírus causarem problemas em um organismo que está fortalecido. Por isso, vale apostar em suplementos, especialmente os que levam vitamina C.
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A vitamina C é um antioxidante muito potente e que aumenta a atividade do sistema imunológico. Como essa vitamina não é produzida naturalmente por humanos é necessária a sua ingestão. Além de ser vendida em farmácias em todo o Brasil, a vitamina C também pode ser encontrada em frutas cítricas e legumes frescos. A recomendação dos Institutos Nacionais de Saúde é de que a ingestão diária deve ser de 90mg para homens e 75mg para mulheres.
“Incorporar a vitamina C na rotina é um ato de cuidado, manutenção da saúde e prevenção. Não significa que o paciente nunca será infectado por nenhum vírus, isso pode acontecer, no entanto, certamente essa pessoa terá um organismo muito mais resistente e preparado para combater esses vírus”, ressalta Abatemarco.
Já a vitamina D também é uma grande aliada contra infecções respiratórias. Ela ajuda na produção de células imunes e deve ser tomada na forma de gotas ou comprimidos durante aquelas refeições mais importantes do nosso dia, como o almoço ou o jantar, pois a gordura dos alimentos facilita na sua absorção.
Alguns óleos essenciais, como os de eucalipto, hortelã-pimenta e o de melaleuca, nos ajudam a respirar melhor e contribuem para prevenir uma série de problemas comuns do inverno, como alergias, tosse, asma, bronquite, sinusite e dores de garganta. Eles podem ser usados em difusores para melhorar a qualidade do ar de seu quarto na hora de dormir, por exemplo.
Vacinar é o melhor remédio
A vacinação ainda é a forma mais eficaz de fortalecer a imunidade e evitar problemas mais graves. O Ministério da Saúde está realizando sua 25ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, e a iniciativa vai seguir até 31 de maio.
“A vacinação é a forma mais eficiente e segura de se proteger contra a gripe e evitar o agravamento da doença, que em alguns casos pode levar à morte. Vale ressaltar que todos os vírus estão em constante mutação, por isso é importante manter a carteirinha de vacinação sempre atualizada”, destaca Mário Abatemarco, especialista da Farmácia Artesanal.
Outra ação em andamento é a da vacina bivalente contra a Covid-19, cuja aplicação está liberada para idosos e pessoas de 12 a 59 anos com comorbidades. O novo imunizante foi elaborado com base em duas variantes: o vírus original do coronavírus e a variante Ômicron, que atualmente é o de maior circulação.
Hábitos da pandemia devem ser mantidos
Mario pontua que a prevenção a doenças respiratórias também envolve cuidados básicos de higiene que devem ser praticados em nosso dia a dia como: lavar as mãos várias vezes ao dia, usar lenços para assoar o nariz, tossir ou espirrar e utilizar a máscaras sempre que frequentar ambientes que possam colocar você em contato com pessoas que estejam doentes ou pessoas de imunidade mais baixa, como recém-nascidos ou idosos.
“Muitos desses hábitos foram incorporados na rotina das pessoas durante a pandemia da COVID-19 e isso ajudou a evitar que muitas pessoas tivessem a doença, por isso, eles devem ser mantidos mesmo com o fim da crise sanitária”, finaliza.