"Belo dia será quando você chegar. Um travesseiro, um cobertor e o carinho que dá e sobra. Comprei até ventilador e arrumei o seu guarda-roupa. Você nem sabe quando vem e já tem amor pra vida toda". Neste trecho da canção Casa pronta, a cantora e compositora Malu Magalhães, que escreveu a letra quando estava grávida, resume o sentimento de muitas mulheres que irão se tornar mães em breve.
Para algumas, esse amor descrito na música já começa antes da concepção. Trata-se de um desejo profundo de se tornar mãe que transborda em afeto e carinho por um ser que até aquele momento só existe como ideia. Tanto para as que estão grávidas quanto para aquelas que tencionam estar, a médica obstetra Bruna Pitaluga destaca a importância de que elas se conscientizem de que o bem-estar e saúde de seus filhos estão fortemente ligados à saúde delas mesmas.
Segundo Bruna, a futura mãe deve compreender que ela é o veículo de desenvolvimento da vida que está sendo ou será gerada. Assim, ela precisa tomar alguns cuidados relacionados à sua saúde durante o acompanhamento pré-natal, visando a evolução plena do bebê dentro de sua barriga. Esses cuidados são voltados para a adoção de hábitos mais saudáveis, como a prática de atividades físicas regulares, consumo de alimentos in natura, em detrimento de alimentos processados e ultraprocessados, e a suspensão imediata da ingesta de qualquer tipo de bebida alcoólica.
A médica obstetra ressalta que essas práticas devem ser incorporadas durante toda a gravidez, mas principalmente no primeiro trimestre de gestação, época fundamental ao desenvolvimento do bebê. Pois é nela, segundo Bruna, que ocorre a formação da placenta, órgão que desempenha importantes funções para a vida do feto, tais como: transportar oxigênio, glicose, água, entre outras substâncias, e retirar gás carbônico e outros dejetos.
Por exemplo, a atividade física é essencial para a implantação do útero entre a sétima e 12ª semana, processo que inicia a placentação humana. A boa alimentação também é fundamental para a saúde da placenta e do feto. Já a suspensão imediata da ingesta de qualquer tipo de bebida alcoólica é indicada para que a paciente evite desenvolver uma série de complicações, entre as quais a Síndrome Alcoólica Fetal, doença que pode prejudicar o neurodesenvolvimento do feto, que ocorre principalmente no primeiro trimestre.
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Em sua prática clínica, a médica prioriza a mudança do estilo de vida da mãe visando a uma gestação saudável e um parto sem sustos. Mas suas recomendações também podem ser acessadas em suas redes sociais. Muitas mães usufruíram dos conteúdos disponibilizados pela obstetra na internet e, utilizando-os como ferramentas auxiliares aos tratamentos ofertados pelos médicos responsáveis por seus acompanhamentos pré-natais, conseguiram melhorar sua saúde e a do feto.
É o caso, por exemplo, de Letícia Melo. Em sua primeira gravidez, sofreu um aborto espontâneo com oito meses de gestação. Sem se conformar que não havia nada a se fazer para ter uma gestação saudável, foi buscar as causas por conta própria, através de vídeos no YouTube e perfis no Instagram. Em suas pesquisas, descobriu Bruna, que dava ênfase não somente ao tratamento de doenças, mas às condições necessárias para se ter uma boa saúde.
Letícia passou a desconfiar que a razão para o seu aborto espontâneo poderia estar em uma desnutrição e desregulação hormonal. Fez, então, alguns exames laboratoriais, que detectaram a deficiência de várias vitaminas. A partir das dicas oferecidas pela médica obstetra, ela mudou seus hábitos alimentares e sete meses depois engravidou novamente. "O conteúdo dela permitiu que eu tivesse uma gestação saudável e meu filho nos braços", relata.
Aos 38 anos de idade, mãe de um filho com autismo, Thaisa Santos demonstrava o desejo de engravidar novamente, mas nutria um certo receio em razão da maternidade atípica e procurava informações que lhe permitissem agir na segunda gestação de modo distinto da primeira gestação para que o desfecho também fosse diferente. Pesquisando na internet, deparou-se com as explicações de Bruna sobre a diferença entre ácido fólico e metilfolato, algo que lhe chamou a atenção. "Era meu objeto de pesquisa, pois há dentro do mundo do autismo essa hipótese de que o excesso de ácido fólico pode contribuir para a condição", diz.
Tempos depois, quando descobriu estar grávida novamente, Thaisa tornou-se paciente de Bruna, cujo conteúdo na internet já consumia avidamente e percebia como sendo de grande valia. Conforme Thaisa, as consultas com a médica obstetra foram verdadeiras aulas, tanto para ela quanto para seu esposo. "Sempre saíamos de lá agradecidos por podermos estar ali e vivermos tudo isso pelas mãos dela", relembra. E tudo correu bem - sua filha nasceu de parto normal e hoje tem quase dois anos de idade. "Ela é saudável, inteligente, linda, não possui características de autismo e é uma bebê muito feliz", destaca.
A relação entre alimentação/ suplementação e gestação saudável sempre esteve no radar de Simone Rodrigues. Ter pós-graduação em neurociência na educação facilitou seu estudo nessa área. Sua primeira filha teve encefalocele occopital e nasceu natimorta de 41 semanas. Adepta de uma vida saudável, sem histórico de uso de medicamento, álcool e drogas, Simone identificou um alto nível de estresse e uma dieta baixa em nutrientes na época de sua gestação e acreditou que esses dois fatores poderiam ter ajudado naquele desfecho trágico.
Ignorada pela maioria dos profissionais de saúde com quem se consultava, foi com grande surpresa e alívio que Simone descobriu os conteúdos disponibilizados por Bruna. "Eu jamais acreditei que isso aconteceria. Ela me ajudou a curar a minha dor de silêncio", afirma. Seguindo as recomendações defendidas pela médica obstetra, principalmente aos relacionados a uma suplementação adequada, Simone teve uma segunda gestação com um ótimo desenvolvimento, que gerou uma filha que hoje tem 4 anos de idade. Atualmente, Simone está esperando mais um filho e segue as orientações nutricionais de Bruna visando a uma gestação saudável.