Na busca por métodos contraceptivos eficazes, estão a laqueadura e a vasectomia - procedimentos considerados definitivos e que podem ser adotados por mulheres e homens, respectivamente. Em ambos os casos, há vantagens e desvantagens.
Conforme explica a ginecologista Ana Gabriela Puel, membro da Associação Mulher, Ciência e Reprodução Humana do Brasil (AMCR), a laqueadura é permanente: "Esse método é conhecido como ligadura de trompas e consiste no corte das tubas uterinas, que são dois tubos de aproximadamente 10 centímetros que conduzem os óvulos do ovário ao útero. Suas extremidades são conectadas para impedir que os óvulos e espermatozoides se encontrem e ocorra a fecundação".
Segundo a ginecologista, a laqueadura é de difícil reversão: "Existem cirurgias com a finalidade de reverter, porém nem sempre elas funcionam. Por isso, sempre tento desencorajar a paciente", diz a médica, lembrando que há outros métodos tão seguros quanto a laqueadura, que não comprometem o aparelho reprodutivo e que são reversíveis, logo, são mais vantajosos.
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Minilaparotomia e laparoscopia: difentes procedimentos de laqueadura
Ainda assim, para as mulheres que estão decididas a optar pelo método, ela esclarece que há dois procedimentos utilizados: a minilaparotomia, em que há um pequeno corte no abdômen do qual são aproximadas as tubas uterinas para corte; e a laparoscopia, em que um tubo é inserido no abdômen com uma pequena incisão, permitindo a observação e o corte pelo médico.
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Vale lembrar que a laqueadura só pode ser feita depois dos 21 anos e/ou se a mulher tiver dois filhos vivos.
E a vasectomia?
Já a vasectomia é um procedimento simples, que garante a interrupção do vaso deferente e, dessa forma, impede que o espermatozoide chegue até a uretra e seja eliminado na ejaculação. Ela também é considerada definitiva, e em alguns casos, pode ser revertida. É um procedimento rápido e não há necessidade de internação.
“Assim como a laqueadura, não costumo recomendar esse método porque a reversão pode não ser possível”, afirma a ginecologista. Ela ressalta também que o procedimento só pode ser feito depois dos 21 anos, ou se o homem já tiver dois filhos vivos.
E a reversão, é possível?
Ana Gabriela alerta ainda que a maior taxa de sucesso é conseguida quando a reversão é feita antes dos primeiros 10 anos de cirurgia: "E uma última informação importante é que cirurgia de reversão é mais complicada que a própria vasectomia", conclui a médica.