imagem ilustrativas de bactérias nas cores vermelha e amarela

De acordo com a OMS, até 2020, as superbactérias foram responsáveis por cerca de 700 mil mortes por ano e, até 2025, podem matar mais que o câncer

Arek Socha/Pixabay
Bactérias que se tornam mais resistentes pelo uso incorreto de antibióticos: isso pode assustar, mas é a dura realidade nos sistemas de saúde em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 2020, as superbactérias foram responsáveis por cerca de 700 mil mortes por ano e, até 2025, podem matar mais que o câncer.

O coordenador acadêmico de biomedicina do Centro Universitário Facens, Marcelo Andreetta Corral, explica que as superbactérias são cepas de bactérias, vírus, fungos e parasitas que se tornaram resistentes aos antibióticos conhecidos e outras medicações usadas para tratar as infecções que eles causam.

"Esses microrganismos tentam sobreviver nas condições externas para mudar e se reproduzir. O uso excessivo e indevido dessas substâncias faz com que eles produzam mutações na tentativa de sobreviver”, comenta Marcelo Andreetta Corral.


Segundo Corral, "esses fármacos, consumidos em quase todo o mundo, são lançados no meio ambiente, criando uma condição propícia para as bactérias se multiplicarem, uma vez que adaptadas às novas condições". 

Há chances de uma nova pandemia?

O relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) chama a atenção para a possibilidade de novas pandemias decorrentes das superbactérias. O estudo revela que, em 2015, foram consumidos 34,8 bilhões de antibióticos por dia em escala mundial. Os dados mostram, ainda, que 80% da água mundial não recebe tratamento adequado e as instalações não são capazes de filtrar bactérias perigosas.


Esses fatores deixam o alerta para outro possível problema: como as pessoas viveriam em um mundo no qual os antibióticos não teriam mais eficácia? “Simples infecções seriam letais, haveria alto risco pós-cirúrgico e os tratamentos para doenças como pneumonia, tuberculose e salmonelose não teriam mais efeito. Na verdade, já estamos ficando sem tratamentos eficazes”, explica o coordenador acadêmico de biomedicina da Facens.

Como se proteger e ajudar no controle das superbactérias?

Mesmo com medicamentos modernos e outros em desenvolvimento, a realidade pode ser alarmante. Por isso, Corral, orienta sobre alguns hábitos que podem ajudar a proteger ou, até mesmo, controlar a disseminação das superbactérias:

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  • Fazer determinado tratamento no prazo indicado pelo médico, ainda que os sintomas desapareçam;
  • Não usar medicamentos que restaram de outros tratamentos;
  • Não compartilhar medicamentos;
  • Usar antibióticos apenas sob prescrição médica;
  • Manter os ciclos de vacinação em dia;
  • Evitar o contato direto com pessoas doentes;
  • Higienizar as mãos com frequência;
  • Manusear alimentos de forma adequada.