Cuidar de uma nova vida pode ser uma tarefa solitária, mas o ideal é que a mulher conte com a ajuda de pessoas próximas

Claudia Drumond, pediatra da Saúde no Lar
Arquivo pessoal"A maternidade real é aquela vivida diariamente por mães, com suas imensas dificuldades e as responsabilidades em cuidar de uma criança"
Claudia Drumond, pediatra da Saúde no Lar
Saúde mental
Tabu

Raquel Marinho, doutoranda em ciências sociais, mestre em antropologia da Ibero-América e graduada em estilismo e moda
Diego Souza/DivulgaçãoPalavra de especialista
Raquel Marinho é mãe, doutoranda em ciências sociais, mestre em antropologia da Ibero-América e graduada em estilismo e moda
O fim da maternidade romantizada
Nosso corpo físico muda junto com nossas emoções e nada jamais será como antes. Sem contar que a responsabilidade daquela nova vida é inteiramente nossa. Sobra fadiga, sono, olheiras, e falta descanso.
Ver o peito empedrar, rachar e ter de alimentar mesmo assim, ver o filho doente e não saber o que fazer, o cabelo desgrenhado, as pernas pesadas... Tudo dói! No entanto, uma das maiores dores da maternidade é a culpa. Se analisarmos sob o prisma social - em uma sociedade historicamente misógina -, caso o filho venha a ter problemas de comportamento, a "culpa" é sempre da mãe.
Como se cuidar, nutrir e educar filhos não fossem responsabilidades que devessem ser compartilhadas entre duas partes. Sendo a mãe uma mulher autônoma, com independência financeira, carreira e sonhos individuais, a sobrecarga aumenta.
E o tabu de falar sobre a exaustão materna ocorre pela mesma máxima que se "a mulher sábia edifica o lar", não estamos autorizadas a falhar, falar dos nossos cansaços e desalinhos. Por isso, debater sobre a exaustão que permeia o feminino se faz cada vez mais necessário, seja com o companheiro, família, amigos e os próprios filhos, pois nenhuma mãe é perfeita e, tampouco, infalível.
Ao nos tornarmos mães (por escolha própria ou não), temos o direito de cansar, descansar e também buscar a leveza de aproveitar os momentos felizes, principalmente, ao lado dos filhos. Afinal, ser mãe não pode - e não deve ser - o padecimento em um paraíso que não existe.”
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