A masturbação ainda é um assunto que divide opiniões e é alvo de tabus, preconceito e dúvidas. Mas o que muita gente não sabe é que maio é o Mês da Masturbação, data que homenageia Joycelyn Elders, ex-secretária de saúde dos EUA que defendeu, há 28 anos, a inclusão do debate sobre autoprazer no programa de educação sexual escolar e acabou demitida pelo então presidente Bill Clinton. 





Quase três décadas depois dos esforços de Elders, o assunto continua pautando o debate. No entanto, nota-se o crescimento no número das pessoas que, de algum modo, buscam satisfazer suas necessidades e desejos.

Nas redes sociais do Ysos, aplicativo que une casais swingers e pessoas solteiras para encontros a três e troca de casais, muita gente aproveita a privacidade das mensagens diretas para enviar perguntas sobre diversas práticas sexuais, inclusive sobre a masturbação. Por isso, o Ysos convidou o médico infectologista  Ricardo Kores para responder algumas dúvidas sobre a masturbação.

Masturbação pode fazer mal?

"A masturbação não é prejudicial ao corpo, pelo contrário, é uma forma de liberar muitas substâncias benéficas no cérebro, como neurotransmissores de prazer, relaxamento, tranquilidade e bem-estar. De maneira geral, não existe malefício, apenas em casos muito extremos em que seja notado comportamentos de compulsão ou a presença de irritação na pele local, resultado de uma movimentação muito frequente. Ainda assim, são inúmeras as vantagens. Além disso, por meio do prazer gerado pela masturbação, é possível conhecer o próprio corpo e suas preferências, colaborando para o aumento do prazer e da tranquilidade na hora do sexo."



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É possível contrair ISTs ao se masturbar com outras pessoas?

"É preciso ter alguns cuidados para garantir a segurança de todos. As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) são transmitidas pelo contato do líquido seminal ou vaginal com uma porta de entrada, seja uma lesão ou mucosa, como a uretra, a região vaginal, ânus, olho ou boca. Se a masturbação em conjunto não envolver nenhuma dessas mucosas e se restringir apenas ao uso das mãos (pele sem nenhuma lesão ou ferida), o risco de contaminação é menor. Existem doenças que são transmitidas pelo contato, como HPV, herpes e sífilis, se houver lesão ativa no momento, caso não haja, a prática é mais segura. Porém, alguns cuidados são necessários em todos os casos, como as unhas cortadas e limpas para não machucar a área e sem ter contato com os líquidos. O preservativo é essencial quando há troca de secreções e contato com as mucosas.

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Quais são os cuidados necessários na higiene dos sex toys?

"É preciso se atentar à higiene do acessório, uma vez que existem alguns materiais porosos que podem acumular microorganismos, como as bactérias. Recomendo higienizá-los antes e depois da masturbação e usar preservativo, que vai além de tudo lubrificar e facilitar a penetração. Além disso, quando ele for trocado entre as pessoas é imprescindível o uso de um novo preservativo. O mesmo vale quando o acessório for usado em diferentes regiões, por exemplo, ao tirar da vagina para o ânus e vice-versa".

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