Um estudo recente publicado na revista Biomedicine & Pharmacotherapy revelou os efeitos positivos do consumo diário de 500 miligramas de própolis em indivíduos infectados pelo vírus da Aids. Os pesquisadores observaram que, em comparação com o grupo que tomou placebo, aqueles que consumiram própolis tiveram uma diminuição significativa nos níveis plasmáticos de malondialdeído, um indicador de estresse oxidativo. Além disso, houve um aumento discreto na capacidade antioxidante total, o que sugere a luta direta contra os radicais livres. 





Karen Ingrid Tasca, bióloga e pós-doutoranda no IBB-Unesp (Instituto de Biociências de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista), com apoio da Fapesp, destaca que, embora as pessoas com HIV tenham uma expectativa de vida excelente com os tratamentos atuais, o envelhecimento precoce ainda é um desafio enfrentado por essa população. O estresse oxidativo está intimamente relacionado à ativação constante do sistema imunológico e à inflamação crônica, por isso é fundamental controlá-lo.

A própolis, uma resina natural, possui propriedades antioxidantes, antivirais e anti-inflamatórias conhecidas, explica a pesquisadora. José Maurício Sforcin, biólogo e professor, líder do grupo que publicou o artigo, estuda os efeitos da própolis há quase 30 anos no Instituto de Biociências de Botucatu. Ele enfatiza a importância de expandir as pesquisas com ensaios clínicos para revelar o potencial desse produto apícola para a saúde.
 
 

Antes desse estudo, os benefícios da própolis para a população infectada pelo HIV ainda não haviam sido investigados. Tasca ressalta a urgência da pesquisa, já que não havia informações na literatura sobre os efeitos da própolis nesse grupo específico. Além de atenuar o estresse oxidativo, os cientistas também observaram uma diminuição nos parâmetros inflamatórios e um aumento na proliferação de linfócitos T CD4+ nesses pacientes.





Fernanda Lopes Conte, biomédica e uma das autoras do estudo, afirma que a própolis pode ser uma alternativa para melhorar a resposta imune e reduzir a inflamação em pacientes assintomáticos. Durante a pesquisa, o grupo acompanhou a dieta e os hábitos de saúde dos 40 participantes (20 que receberam própolis e 20 que receberam placebo) por 90 dias para garantir a precisão dos dados obtidos.
 
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Os resultados mostraram a ausência de eventos adversos no grupo que recebeu a própolis e um aumento nos níveis séricos de magnésio, um elemento que contribui para a homeostase do organismo. Não houve mudanças no perfil nutricional, metabólico ou bioquímico dos participantes durante o período do estudo. Os pesquisadores agora enfatizam a necessidade de novos estudos para avaliar a eficácia da própolis em pacientes com comorbidades ou falha terapêutica. O artigo pode ser lido em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0753332223004146.

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