Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), homens vivem cerca de 7,1 anos a menos do que mulheres, sendo a taxa de mortalidade maior em praticamente todas as faixas etárias. Dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde evidenciam que a procura de atendimento médico é maior em casos onde os problemas de saúde já estão mais avançados. Atualmente, três em cada dez homens não têm o hábito de ir ao médico.
O consumo de alimentos processados, a falta de atividades físicas e o estresse são considerados por especialistas em saúde como um dos principais problemas para a baixa qualidade de vida entre o público analisado. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Boston, em parceria com o Centro Nacional de Transtorno de Estresse Pós-Traumático do Departamento de Assuntos de Veteranos dos Estados Unidos, identificou que homens de meia-idade que se estressam exageradamente tem maior risco de desenvolverem doenças cardíacas, derrames e diabetes tipo 2.
Outra pesquisa realizada pela NPR, escola de saúde pública de Harvard, em parceria com a fundação Robert Wood Johnson, apontou as três causas principais para o estresse entre o sexo masculino: problemas no trabalho estão em primeiro lugar, com 52% dos casos, seguido por excesso de responsabilidades (46%) e problemas financeiros (45%). Problemas de saúde estressam apenas 34% dos consultados.
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Para Alex Araujo, CEO da 4Life Prime Saúde Ocupacional, os tratamentos contra o estresse e a ansiedade variam de indivíduo para indivíduo. "Quando falamos de pessoas ansiosas e propensas a preocupações, sua atenção deve estar voltada para a saúde cardiometabólica. Nesse contexto, é comum que a pessoa busque regular sua ansiedade e possíveis crises de pânico, por meio da comida e do sedentarismo", afirma.
O especialista complementa que, hoje, casos de ansiedade, depressão e esgotamento mental estão fortemente relacionados com demandas de alto nível de competitividade, responsabilidade e cargas de trabalho extremas. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, os homens trabalham cerca de 43,4 horas semanais e outras 9,2 em casa (52,9 horas por semana).
"É necessário que as companhias se atentem à saúde e ao bem-estar dos colaboradores, por meio de ações efetivas, como palestras de prevenção, acompanhamento médico e disponibilização de benefícios, para evitar o aumento no número de afastamentos e, consequentemente, melhorando a qualidade de vida dos colaboradores", completa Araujo.
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