Ao contrário do que muitas gestantes pensam e até chegam a ser orientadas por alguns profissionais, a prática de atividade física durante a gravidez não só pode como deve ser incentivada, conforme destaca um recente estudo da Rambam Health Care Campus, de Haifa, Israel, em parceria com o Shaare Zedek Medical Center. A indicação é de 150 minutos de exercícios aeróbicos de média intensidade distribuídos por pelo menos três dias, combinados com exercícios anaeróbicos e treinamento resistido, mesmo para mulheres que antes da gravidez estivessem inativas.
"Um grande estudo americano revelou que menos de 15% das mulheres grávidas se exercitam regularmente, muitas com receio de causar partos prematuros e prejudicar a saúde delas ou de seus bebês. Mas, na verdade, a prática de atividade física tanto nos meses anteriores e posteriores ao parto a fazer só traz benefícios para ambas", ressalta Ido Solt, obstetra do Rambam e um dos autores da pesquisa.
Motivos incentivadores
Um dos principais motivos incentivadores para a prática de atividade física durante a gravidez é que o sedentarismo facilita o ganho excessivo de peso, o que pode ocasionar complicações na gravidez: "Por essa razão, os nove meses de gestação também são uma chance da mãe avançar em um estilo de vida saudável e adotar novos hábitos. Os exercícios são altamente recomendados, com exceção às mulheres que apresentem casos de atenção específicos e que por recomendação do médico não possam praticar essas atividades", ressalta Ido Solt.
A prática de exercício físico durante a gravidez reduz o risco de pré-eclâmpsia – uma condição grave que pode ocorrer após a 20ª semana ou após o parto, com o aumento da pressão sanguínea e graves sequelas para criança e para a mãe: "A pré-eclâmpsia ocorre em cinco a oito por cento das gestações e, na maioria dos casos, leva ao parto prematuro", lembra o obstetra do Rambam.
Risco de aborto espontâneo
Gestantes que praticam pelo menos 150 minutos de exercícios tanto aeróbicos, que fazem o coração bater mais forte, quanto anaeróbicos, que envolvem rajadas curtas de energia intensa e fortalecem os músculos, como pular corda, ioga e pilates em três dias da semana, provaram não sofrer maior risco de aborto espontâneo, hipoglicemia infantil, ruptura precoce da bolsa, baixo peso ao nascer ou defeitos congênitos.
"Essas mulheres não só não ampliam esses riscos, como também garantem benefícios no pré e no pós-parto, com uma recuperação mais acelerada, com risco reduzido de desenvolver dores nas costas, eles escreveram. Se uma mulher grávida se exercitar regularmente, ela pode se recuperar mais rapidamente do parto, reduzir o risco de dores nas costas, ou ainda diabetes gestacional e até depressão pós-parto”, diz Ido Solt.
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Apesar da prática de atividade física ser estimulada, o obstetra do Rambam dá alguns cuidados especiais e destaca algumas importantes restrições, como “evitar o exercício ao ar livre em clima quente e muito úmido, andar de bicicleta, a cavalo ou fazer mergulhos, fazer ginástica – especialmente durante o primeiro trimestre – além de se evitar a prática de esportes competitivos, que possam colocar em risco a saúde e a vida da mãe e do bebê".