Você já sentiu, alguma vez, dificuldade em respirar e soltar o ar?  Essa manobra de inspirar e expirar feita incorretamente é chamada de disfunção respiratória. Ela tem diversas causas e é mais comum do que se imagina. As mais corriqueiras, hoje em dia, são as relacionadas a questões psicológicas, como é o caso de Clarice Paes, de 19 anos.




 
Ela conta que começou a sentir esse problema ao respirar, por volta dos seus 14 anos, no colégio, quando ficava muito ansiosa ou nervosa.
"Por isso, eu acabava ainda mais alterada e gerava crises de pânico, por achar que estava realmente passando mal. Hoje em dia, como esses episódios estão mais controlados, isso só acontece quando algo me deixa muito desestabilizada. Esse é o primeiro sintoma que sinto logo depois do enjoo." 
 
Clarice, aos 15 anos, decidiu procurar um clínico-geral para entender mais sobre sua falta de ar e a sensação de desespero.
 
"O médico me informou que eu estava tendo crises de ansiedade e pânico e receitou um medicamento para quando essas crises fortes viessem."
 
A jovem relata que, quando esse tipo de situação acontece, a primeira atitude é praticar um exercício de respiração, inspirando profundamente e devagar pelo máximo de tempo que conseguir,  expirando também de forma lenta, concentrando-se no exercício. "Logo depois, pego um copo de água e vou bebendo aos poucos, bem focada para tentar deixar minha mente concentrada nisso o máximo possível, até que eu me estabilize de novo."
 
 
 
De acordo com a pneumologista da Saúde no Lar, Michelle Andreata, além das causas psicológicas,  a disfunção pode ser causada por conta de atividades físicas, soluços e afecções respiratórias ou pulmonares que afetam a mecânica respiratória como câncer ou doenças musculoesqueléticas.




 
"O principal sintoma é a sensação de que o pulmão não enche direito, mesmo sem ter causa fisiológica ou doença respiratória de base, como asma ou DPOC."
 

Segundo Michelle Andreata, pneumologista da Saúde no Lar, Michelle Andreata, outros fatores que podem contribuir para a maior prevalência de disfunção respiratória em mulheres incluem a gravidez, que pode alterar a mecânica respiratória e aumentar a necessidade de oxigênio do corpo, bem como a menopausa, que pode levar a mudanças hormonais que afetam o sistema respiratório

(foto: Rafael França )
 
 
A pneumologista conta que esses padrões irregulares na respiração são mais frequentes em mulheres, já que doenças psicológicas afetam mais o público feminino que o masculino.
 
Além disso, a fisiologia do sistema respiratório feminino pode ser diferente da masculina, o que pode torná-las mais suscetíveis a certas condições respiratórias. Por exemplo, a musculatura do tórax feminino é mais fraca e pode ser mais propensa a problemas respiratórios. As mulheres também podem ter um diafragma mais elevado, o que pode dificultar a respiração profunda.
 
"Outros fatores que podem contribuir para a maior prevalência de disfunção respiratória em mulheres incluem a gravidez, que pode alterar a mecânica respiratória e aumentar a necessidade de oxigênio do corpo, bem como a menopausa, que pode levar a mudanças hormonais que afetam o sistema respiratório. No entanto, é importante lembrar que cada pessoa é única e que a presença de fatores de risco não significa necessariamente que uma pessoa desenvolverá uma disfunção respiratória."




 
Já o tratamento, segundo Michelle, é em conjunto: a psicologia atuando ao lado da pneumologia. Um investiga doenças que podem acometer o pulmão para descartar se existe alguma patologia ou não e, juntamente com a psicologia, é trabalhado o lado psicológico.
 
Para a especialista, o fisioterapeuta também tem papel importante, já que ensina o paciente a respirar de novo de uma maneira mais correta e eficaz, conseguindo melhorar os padrões respiratórios e, principalmente, a sensação da falta de ar. Uma outra forma de melhorá-lo é com condicionamento físico.
 
"A prevenção é investir na higiene mental, na prática de atividade física supervisionada e atenção durante a respiração. Lembrando sempre que, qualquer alteração significativa deve ser levada para anamnese médica."

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