O Instituto Nacional de Câncer (Inca) está conduzindo uma pesquisa em cinco capitais brasileiras para analisar a venda de cigarros eletrônicos e conscientizar a população sobre os riscos à saúde associados ao seu uso. Os dispositivos, que se popularizaram nos últimos anos como uma alternativa ao cigarro comum, são proibidos no país desde 2009, mas ainda podem ser facilmente encontrados no comércio.
Felipe Mendes, técnico do Programa Nacional de Controle do Tabagismo do Inca, explica que o objetivo da pesquisa é identificar irregularidades nos pontos de venda e orientar profissionais das vigilâncias sanitárias para combater a ilegalidade. Segundo ele, os cigarros eletrônicos são vendidos tanto em estabelecimentos formais quanto informais.
Um estudo anterior do Inca aponta que o uso de cigarros eletrônicos pode aumentar quase três vezes a probabilidade de uma pessoa experimentar um cigarro convencional. A pneumologista Michelle Andreata destaca que muitos ignoram os perigos à saúde e afirma que os dispositivos estão se tornando uma epidemia entre os jovens. Ela alerta que um único cigarro eletrônico pode ter carga equivalente a 60 cigarros comuns, aumentando significativamente o risco de vício em nicotina.
João Henrique Saleze é um exemplo dos perigos do uso do cigarro eletrônico. Ele foi hospitalizado em março com sintomas de Evali, uma lesão pulmonar induzida por cigarros eletrônicos. Saleze relata que mais de 70% de seu pulmão foi comprometido, e mesmo após tratamento, ainda enfrenta sequelas, como dificuldades para andar.
A pesquisa do Inca busca aumentar a conscientização sobre os riscos dos cigarros eletrônicos e fortalecer ações de controle e fiscalização para coibir a venda ilegal desses produtos no Brasil.
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