criança internada com brinquedos em uma cadeira do hospital

Psicóloga do hospital pediátrico Pequeno Príncipe, de Curitiba (PR), dá dicas de brincadeiras por faixa etária e reforça que o uso de telas pelas crianças precisa ser limitado e sempre supervisionado

Guilherme Lorenzoni/Hospital Pequeno Príncipe
Brincar é fundamental para o desenvolvimento saudável das crianças. A infância é a fase em que os pequenos estão descobrindo o mundo e tudo o que o rodeia, por isso é essencial oferecer meios para que a imaginação, criatividade e curiosidade sejam afloradas. Neste Dia Mundial do Brincar, lembrado em 28 de maio, o hospital pediátrico Pequeno Príncipe, de Curitiba (PR), dá dicas de brincadeiras por faixa etária e reforça que o uso de telas pelas crianças precisa ser limitado e sempre supervisionado.

O ato de brincar é extremamente rico, pois desperta diferentes sentidos nos pequenos: "Os adultos olham para um carrinho e veem apenas um carrinho. Já as crianças olham para o objeto e podem transformá-lo, além de colocar o sentido que quiserem no que estão brincando. Essa é a riqueza do brincar”, pontua a psicóloga e gerente do setor de voluntariado do Pequeno Príncipe, Rita Lous.
 

A psicóloga ainda completa que os pais ou responsáveis devem brincar com os filhos, como forma de estreitar laços, auxiliar na construção de autoconfiança e autonomia, além de garantir a segurança dos pequenos no momento da brincadeira. O ato de brincar também estimula a socialização e a comunicação. Quando realizado de forma lúdica – com brincadeiras que estimulem o aprendizado –, proporciona mais benefícios ainda.

Uso de telas

O uso de celular, tablet ou computador precisa ser sempre supervisionado e limitado pelos pais e responsáveis. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) orienta que o limite de tempo por faixa etária seja:
  • menores de 2 anos: nenhum contato com telas ou videogames;
  • dos 2 aos 5 anos: até uma hora por dia;
  • dos 6 aos 10 anos: entre uma e duas horas por dia; e
  • dos 11 aos 18 anos: entre duas e três horas por dia.
Para a psicóloga, os meios tecnológicos também não podem ser usados como necessidade: "Por exemplo, em momentos nos quais os pais ou responsáveis estão executando alguma atividade e não podem ficar com a criança, é perigoso fornecer o uso das telas, pois ela pode acessar conteúdos impróprios para a idade", diz Rita Lous. 

Nesses casos, Rita Lous recomenda que os pais ofereçam atividades de interesse das crianças, evitando que fiquem expostas aos meios digitais sem um adulto supervisionando: "Elas têm a habilidade de brincarem sozinhas, terem um aprendizado espontâneo e se divertirem com o que tiverem brincando". 

Brincadeiras por faixa etária

Cada faixa etária tem suas particularidades, fases de desenvolvimento e processos que são fundamentais. Mesmo que alguns aspectos sejam comuns às crianças, cada uma tem seu processo de aprendizagem, por isso é importante que os pais ou responsáveis se atentem a essa questão.

0 a 2 anos
Nessa fase é importante incentivar os movimentos, a experimentação e a curiosidade, pois os bebês ainda estão descobrindo-se, assim como o mundo ao seu redor. Jogos de encaixar, jogar bolinhas de pelúcia, caretas no espelho, contação de histórias e brincadeiras sonoras, para que a criança identifique sons, são ótimas sugestões.

2 a 3 anos
Com essa idade, as crianças já andam e brincam sozinhas. Energia, imaginação e aprendizados são característicos dessa faixa etária, então elas podem aproveitar para brincar de imitação e faz de conta, fazer desenhos das emoções e também brincar com objetos coloridos, para que a criança possa separar cada brinquedo por cor.

4 a 5 anos
Com mais independência e autonomia, a partir dessa faixa etária, as crianças começam a entender melhor regras e brincadeiras. Além de começarem a identificar-se com personagens de desenhos, filmes e brinquedos. A personalidade e gostos das crianças também iniciam nessa fase. Jogos com colagem, massinha de modelar, blocos de montar, inventar a própria fantasia, cabaninha com barraca ou lençóis, passa anel e pintura são ótimas opções nesta idade.

6 a 8 anos
Nessa idade, as crianças já frequentam a escola e estão desenvolvendo habilidades de leitura e raciocínio lógico. Além de conceitos de trabalho em equipe. Sendo assim, são indicadas brincadeiras como caça ao tesouro, pular corda, futebol de botão, quebra-cabeças, mímica, jogo da memória e esconde-esconde.

9 anos ou mais
Nessa faixa etária, as crianças já se comunicam bem e têm preferências de brincadeiras. Os pais e responsáveis podem aproveitar as atividades para estreitar laços e fortalecer vínculos por meio de hortas, ouvir músicas, praticar esportes, jogos de cartas e tabuleiro, jogos mentais e álbum de figurinhas.