mosquito que causa a Leishmaniose

A leishmaniose visceral é uma zoonose transmitida ao homem pela picada de fêmeas do inseto vetor infectado, popularmente conhecido como como mosquito palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros nomes

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Segundo o Ministério da Saúde (MS), a leishmaniose visceral é uma zoonose de evolução crônica, com acometimento sistêmico e, se não tratada, pode levar a óbito até 90% dos casos. É transmitida ao homem pela picada de fêmeas do inseto vetor infectado, denominado flebotomíneo e conhecido popularmente como mosquito palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros. No Brasil, a principal espécie responsável pela transmissão é a Lutzomyia longipalpis.
 
É uma doença infecciosa, porém, não contagiosa, causada por parasitas do gênero Leishmania. Os parasitas vivem e se multiplicam no interior das células que fazem parte do sistema de defesa do indivíduo, chamadas macrófagos. Há dois tipos de leishmaniose: leishmaniose tegumentar ou cutânea e a leishmaniose visceral ou calazar.

A leishmaniose tegumentar caracteriza-se por feridas na pele que se localizam com maior freqüência nas partes descobertas do corpo. Tardiamente, podem surgir feridas nas mucosas do nariz, da boca e da garganta. Essa forma de leishmaniose é conhecida como “ferida brava”.

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Já a visceral é uma doença sistêmica, pois, acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea. Esse tipo de leishmaniose acomete essencialmente crianças de até 10 anos. Depois desta idade se torna menos freqüente. É uma doença de evolução longa, podendo durar alguns meses ou até ultrapassar o período de um ano.

Transmissão

A leishmaniose é transmitida por insetos hematófagos (que se alimentam de sangue) conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos. Os flebótomos medem de 2 a 3 milímetros de comprimento e devido ao seu pequeno tamanho são capazes de atravessar as malhas dos mosquiteiros e telas. Apresentam cor amarelada ou acinzentada e suas asas permanecem abertas quando estão em repouso.

Seus nomes variam de acordo com a localidade e os mais comuns são: mosquito palha, tatuquira, birigüi, cangalinha, asa branca, asa dura e palhinha. O mosquito palha ou asa branca é mais encontrado em lugares úmidos, escuros, onde existem muitas plantas.
As fontes de infecção das leishmanioses são, principalmente, os animais silvestres e os insetos flebotomíneos que abrigam o parasita em seu tubo digestivo, porém, o hospedeiro também pode ser o cão doméstico e o cavalo.

Na leishmaniose cutânea os animais silvestres que atuam como reservatórios são os roedores silvestres, tamanduás e preguiças. Na leishmaniose visceral a principal fonte de infecção é a raposa do campo.

Sintomas

  • Leishmaniose visceral: febre irregular, prolongada, anemia, indisposição, palidez da pele e ou das mucosas, falta de apetite, perda de peso e inchaço do abdômen devido ao aumento do fígado e do baço.
  • Leishmaniose cutânea: duas a três semanas após a picada pelo flebótomo aparece uma pequena pápula (elevação da pele) avermelhada que vai aumentando de tamanho até formar uma ferida recoberta por crosta ou secreção purulenta. A doença também pode se manifestar como lesões inflamatórias nas mucosas do nariz ou da boca.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico da leishmaniose é por meio de exames clínicos e laboratoriais e, assim como o tratamento com medicamentos, deve ser acompanhado por profissionais de saúde. Sua detecção e tratamento precoce devem ser prioritários, pois pode levar à morte.

Para os cães acometidos pela doença, já existe tratamento autorizado no país.

Prevenção

  • Evitar construir casas e acampamentos em áreas muito próximas à mata
  • Fazer dedetização, quando indicada pelas autoridades de saúde
  • Evitar banhos de rio ou de igarapé, localizado perto da mata
  • Utilizar repelentes na pele, quando estiver em matas de áreas onde há a doença
  • Usar mosquiteiros para dormir
  • Usar telas protetoras em janelas e portas

Outras medidas importantes são manter sempre limpas as áreas próximas às residências e os abrigos de animais domésticos; fazer podas periódicas nas árvores para que não se criem os ambientes sombreados; além de não acumular lixo orgânico, evitando a presença de mamíferos comensais próximos às casas, como marsupiais e roedores, que são prováveis fontes de infecção para os flebotomíneos.

Tem vacina?

Não há vacina contra as leishmanioses humanas. As medidas mais utilizadas para a prevenção e o combate da doença se baseiam no controle de vetores e dos reservatórios, proteção individual, diagnóstico precoce e tratamento dos doentes, manejo ambiental e educação em saúde.

Há vacinas contra a leishmaniose visceral canina licenciadas no Brasil e na Europa, mas o Ministério da Saúde do Brasil não adota a vacinação canina como medida de controle da leishmaniose visceral humana.
Os resultados do estudo apresentado pelo laboratório produtor da vacina atendeu às exigências da Instrução Normativa Interministerial número 31 de 09 de julho de 2007, o que resultou na manutenção de seu registro pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. No entanto, não existem estudos que comprovem a efetividade do uso dessa vacina na redução da incidência da leishmaniose visceral em humanos. Dessa forma, o seu uso está restrito à proteção individual dos cães e não como uma ferramenta de saúde pública.