O 26/5 é o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma. Tiago César Pereira Ferreira, oftalmologista especializado em catarata, lentes de contato, ceratocone e cirurgia refrativa e professor de cirurgia oftalmológica na Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG), explica que "trata-se de uma doença degenerativa do nervo óptico, no polo posterior do globo ocular, parte nervosa que conecta o olho ao cérebro. É o adoecimento dessa parte posterior do olho".



Tiago César Pereira Ferreira conta que no glaucoma ocorre a deterioração do nervo, com a progressão cada vez maior da escavação, "que é um buraquinho central do nervo que vai aumentando até que o nervo fique comprometido, gerando uma dificuldade completa da passagem da luz do olho para a região do cérebro, levando à perda progressiva e irreversível da visão. É caracterizado pelo aumento da pressão intraocular, que causa danos ao nervo óptico e às fibras nervosas responsáveis por transmitir os sinais visuais ao cérebro".

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O oftalmologista destaca as causas do glaucoma podem variar: "Em muitos casos, a doença está associada ao aumento da pressão intraocular. No entanto, existem casos de glaucoma de pressão normal, nos quais a pressão ocular está dentro da faixa normal, mas ainda assim ocorrem danos no nervo óptico. Alguns fatores de risco incluem histórico familiar, idade avançada, raça (pessoas de ascendência africana têm maior predisposição), miopia, diabetes, uso prolongado de corticosteroides e doenças cardiovasculares".

Como é feito o diagnóstico?

Tiago César Pereira Ferreira avisa que o diagnóstico do glaucoma envolve uma combinação de exames oftalmológicos. O oftalmologista avaliará a pressão intraocular por meio da tonometria, examinará a aparência do disco óptico e fará uma avaliação do campo visual para identificar possíveis áreas de perda de visão: "Além disso, pode ser feito o exame de tomografia de coerência óptica (OCT) para avaliar a espessura das camadas de fibras nervosas".





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Já o tratamento do glaucoma tem como objetivo principal controlar a pressão intraocular para prevenir a progressão da doença e preservar a visão: "Ele pode incluir o uso de colírios, medicamentos orais, laser ou cirurgia. O tipo de tratamento dependerá do estágio do glaucoma e da gravidade da doença", avisa o médico.

Glaucoma leva à cegueira

O oftalmologista alerta que o glaucoma pode levar à cegueira devido aos danos progressivos causados ao nervo óptico: "O aumento da pressão intraocular causa uma compressão e comprometimento do fluxo sanguíneo para o nervo óptico, resultando em lesões nas fibras nervosas. Com o tempo, ocorre a perda gradual da visão periférica, e se não for tratado adequadamente, o glaucoma pode levar à perda total da visão".

Tiago César Pereira Ferreira enfatiza que, embora não seja possível prevenir completamente o glaucoma, é importante adotar medidas para reduzir os fatores de risco e detectar a doença precocemente: "Recomenda-se exames oftalmológicos regulares, especialmente para pessoas com fatores de risco, como histórico familiar de glaucoma, idade avançada e doenças crônicas como diabetes. O diagnóstico precoce é fundamental para iniciar o tratamento adequado e evitar danos irreversíveis ao nervo óptico. Além disso, é importante adotar hábitos de vida saudáveis, como manter uma dieta equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente e evitar o uso abusivo de medicamentos corticosteroides".

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