Uma recente pesquisa publicada no "Journal of the American Heart Association" aponta que pacientes com diabetes tipo 2 e sem sintomas de doença cardiovascular apresentam concentrações levemente elevadas de duas proteínas no sangue, indicando mudanças na estrutura e função do coração. Essa descoberta reforça a necessidade de monitoramento cardíaco nesses pacientes.
Os cientistas utilizaram testes que medem a troponina cardíaca de alta sensibilidade e o peptídeo natriurético N-terminal pro-B-type (NT-proBNP), que já são empregados na detecção de insuficiência cardíaca. Observou-se que níveis elevados dessas proteínas na corrente sanguínea podem indicar alterações no coração.
De acordo com Elizabeth Salvin, professora de epidemiologia da Universidade Johns Hopkins e coautora do estudo, pessoas com diabetes tipo 2, sem histórico de doença cardiovascular ou infarto, têm maior risco de complicações cardíacas. Salvin explica que, embora o colesterol seja geralmente o principal alvo no combate a essas complicações, o diabetes pode afetar o coração de maneira não relacionada aos níveis de colesterol, causando danos aos pequenos vasos sanguíneos.
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Os pesquisadores analisaram amostras de sangue de mais de 10.000 adultos, coletadas entre 1999 e 2004, a fim de determinar se as doenças cardiovasculares em pacientes assintomáticos poderiam ser diagnosticadas por meio dos níveis dessas proteínas cardíacas. Entre os participantes, havia indivíduos com e sem diabetes tipo 2, mas nenhum deles apresentava histórico de doença cardiovascular no início do estudo. Os resultados mostraram que 33,4% dos adultos com diabetes tipo 2 apresentavam sinais de doença coronariana, em comparação com 16,1% no grupo sem diabetes.
Além disso, os níveis elevados de troponina e NT-proBNP estavam associados a um maior risco de morte geral e por problemas cardíacos entre os pacientes diabéticos. A prevalência de troponina elevada era significativamente maior em pessoas com diabetes há mais tempo e que não controlavam adequadamente os níveis de glicose.
Outro estudo divulgado recentemente revelou que a prática de atividade física no período da tarde traz mais benefícios para o controle dos níveis de glicose em pacientes com diabetes. Essa pesquisa, feita ao longo de quatro anos, envolveu 2.400 participantes que utilizaram um dispositivo para medir a atividade física. Após o primeiro ano, verificou-se que aqueles que praticavam exercícios moderados a vigorosos no período da tarde apresentavam a maior redução nos níveis de glicose e maior probabilidade de interromper a medicação no quarto ano do estudo.