Para muitas pessoas, os óleos essenciais fazem parte da rotina de autocuidado, seja no skincare ou no haircare. Estão presentes na composição de xampus, condicionadores, sabonetes, máscaras faciais e vários outros itens de beleza. Na hora da compra, é bom ter atenção. Eles podem ser confundidos com essências, que são compostos sintéticos produzidos em laboratórios para imitar determinados aromas. As essências não têm propriedades terapêuticas, apenas perfumam e, em geral, são bem mais baratas.
Foi em uma situação extrema que a enfermeira Fúlvia Paula da Silva Ratto, de 52 anos, conheceu o poder dos óleos essenciais. Em um primeiro momento, interessou-se pelo assunto depois que uma terapeuta com quem fazia atendimentos de constelação familiar lhe contou sobre os benefícios do óleo de copaíba para tratar uma dor no ombro que a incomodava.
Fúlvia resolveu comprar o kit de 12 óleos essenciais da doTerra, que formam uma farmacinha particular. E aquilo assim ficou em sua casa, mas ela não usou até que a filha, que morava em outra cidade, sofreu um acidente de carro com o marido e o filho, em novembro de 2022. O carro voou e foi parar dentro de um rio – sobreviveram por verdadeiro milagre.
Fúlvia resolveu comprar o kit de 12 óleos essenciais da doTerra, que formam uma farmacinha particular. E aquilo assim ficou em sua casa, mas ela não usou até que a filha, que morava em outra cidade, sofreu um acidente de carro com o marido e o filho, em novembro de 2022. O carro voou e foi parar dentro de um rio – sobreviveram por verdadeiro milagre.
Fúlvia viajou para ver os familiares, ainda no hospital. O pequeno Miguel, seu neto, que havia sofrido fraturas no braço e na perna, não conseguia dormir bem, diante do trauma – pegava no sono e tinha espasmos. A enfermeira havia levado os óleos consigo e lembrou que poderia usá-los. Foi então que contou em um grupo de mensagens para o qual havia entrado na época em que adquiriu os produtos, e uma aromaterapeuta lhe falou sobre o óleo chamado balance, que poderia ser aplicado para tratar traumas.
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“Começamos a usar no Miguel e ele foi melhorando aos poucos. Depois que teve alta e voltou para casa, quando eu já estava novamente em BH, voltou a apresentar dificuldades para dormir. Acordava chorando e tremendo. Passamos a aplicar o óleo novamente. Na primeira noite, acordou duas vezes. A partir da segunda noite, não acordou mais”, lembra Fúlvia.
Agora, ela aplica os óleos essenciais para tudo. Usa em creme para o rosto contra manchas (yarrolow), para dor na coluna (copaíba), para melhorar os transtornos decorrentes da síndrome do intestino irritável (zengest), pela qual é acometida, no desodorante (lavanda e melaleuca) - na hora de dormir, liga o aromatizador com lavanda. Também já apresentou crises de ansiedade, depressão (nesse caso, com acessos de um transtorno chamado de desrealização e despersonalização, que pode decorrer da depressão) e pânico, e com os óleos passou a não mais precisar de remédios psiquiátricos. Nessas ocasiões, os óleos que ela utilizou foram o balance, vetiver e adaptiv, nessa ordem. “Quando percebo que vai começar uma crise, cheiro o óleo e me acalmo imediatamente, a ponto de dormir”, diz.
Para quem passa em seu caminho, ela fala sobre as benesses que os óleos trazem. A filha Stefaniny, de 30 anos, mãe de Miguel, hoje com dois anos, também é adepta dos compostos, e o pequeno continua usando, às vezes, para picadas de animais ou outras aplicações. O filho mais velho, Fúlvio, de 33, utiliza os produtos para enxaqueca e pedra nos rins; o marido, Tarcísio, para dor de cabeça e alergia; e a sogra, Lucy, para dores nas pernas. “Os óleos para mim significam esperança. Experimentei um período de muito sofrimento e achei que não teria cura, que o resto da minha vida seria assim. Hoje, onde vou estou com meus óleos”, conta.
Massagens
O terapeuta thai Marcos Ferrari trabalha com massagem desde de 2002. A partir de 2010 ingressou no time do Kurma Spa, em São Paulo. O título de terapeuta thai, que Marcos carrega desde 2004, se refere a técnicas de terapia tailandesa – ele esteve na Tailândia em 2008 e pôde aprofundar os conhecimentos na área de cuidados e bem-estar. Os óleos essenciais começaram a fazer parte de sua atividade profissional na esteira das massagens – são usados no contato com o corpo.
Marcos lembra que os óleos essenciais estão presentes no dia a dia de formas que às vezes nem são percebidas. “Quando você espreme um limão ou tira o suco de um tomate, aí estão. Vivemos em um mundo de estresse, trânsito, falta de tempo, multitarefas. Naquele instante, você usa uma gota do óleo, para, respira, e foca no momento. A ansiedade é pensar no passado, ou no futuro – e isso não adianta. Esteja no presente, consciente, entre em um estado de bem-estar, com tranquilidade, segurança – é isso que os óleos essenciais fazem”, destaca.
Métodos de extração
Existem dois métodos de extração dos óleos essenciais: destilação a vapor e a prensagem a frio. São eles:
• A vapor: é uma técnica antiga na qual se utiliza um equipamento próprio para a extração. Coloca-se o material num balão misturado com água. Este balão é aquecido até a ebulição. O vapor da água leva as substâncias aromáticas até o condensador e, por meio de resfriamento, essa mistura volta ao estado líquido. Por ser oleoso, ocorre a separação da água e coleta-se o óleo essencial.
• A frio: consiste em colocar o material numa prensa que esmaga até tudo ser expelido. O óleo essencial é então separado com a ajuda de jatos de água. Por meio de centrífugas, passa para a clarificação e, em seguida, por tanques de decantação. O processo deve ser feito da forma mais adequada a cada planta, obtendo assim um grau máximo de pureza e benefícios para promover o bem-estar de quem utiliza os óleos essenciais.
Fonte: Marcos Ferrari, terapeuta thai e reikiano
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