Eileen Isotalo, 66 anos, sempre lutou contra seu peso, experimentando várias dietas desde os 14 anos, quando se inscreveu nos Vigilantes do Peso. Apesar de ter tentado diversos métodos e adquirido inúmeros livros de emagrecimento, ela nunca conseguiu controlar seu apetite. Isotalo, uma decoradora aposentada, sofria de apneia do sono e dores nos joelhos e, desesperada, procurou uma clínica de controle de peso na Universidade de Michigan.
Desde que iniciou o tratamento com wegovy, um novo medicamento prescrito por médicos para combater a obesidade, Eileen Isotalo perdeu 50kg e viu desaparecer os problemas de saúde relacionados ao excesso de peso, bem como parte do estigma que a afetava emocionalmente.
Desde que iniciou o tratamento com wegovy, um novo medicamento prescrito por médicos para combater a obesidade, Eileen Isotalo perdeu 50kg e viu desaparecer os problemas de saúde relacionados ao excesso de peso, bem como parte do estigma que a afetava emocionalmente.
Susan Yanovski, codiretora do escritório de pesquisa sobre obesidade do Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais dos EUA, afirma que Wegovy e medicamentos similares representam um momento "muito emocionante" no campo da obesidade. Cerca de 100 milhões de americanos, ou 42% da população adulta, têm obesidade, segundo o CDC.
Leia também: Entenda as diferenças entre Ozempic e Wegovy, semaglutidas injetáveis.
No Brasil, 60% dos adultos têm sobrepeso e 26% são obesos, de acordo com a Pesquisa Nacional em Saúde de 2020. Pela primeira vez, pessoas com obesidade podem ver melhorias significativas na saúde e na qualidade de vida, graças a esses medicamentos. No entanto, o estigma persiste, com muitos acreditando que a força de vontade é suficiente para emagrecer e que o uso de medicamentos é um caminho mais fácil e menos digno.
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No Brasil, 60% dos adultos têm sobrepeso e 26% são obesos, de acordo com a Pesquisa Nacional em Saúde de 2020. Pela primeira vez, pessoas com obesidade podem ver melhorias significativas na saúde e na qualidade de vida, graças a esses medicamentos. No entanto, o estigma persiste, com muitos acreditando que a força de vontade é suficiente para emagrecer e que o uso de medicamentos é um caminho mais fácil e menos digno.
Aprovado nos EUA e no Brasil
Wegovy, saxenda e outros medicamentos dessa classe têm sido aprovados no Brasil e nos EUA para tratar a obesidade, enquanto outros, como ozempic e mounjaro (em análise pela Anvisa), são indicados para diabetes, mas também promovem a perda de peso. A fabricante do Wegovy, Novo Nordisk, afirma que já foram emitidas cerca de 110 mil prescrições nos Estados Unidos e, devido à alta demanda, a empresa suspendeu temporariamente a publicidade do produto. O fornecimento é limitado e o custo é alto: US$ 1.349 por mês (aproximadamente R$ 6.475), o que torna o medicamento inacessível para muitos que não têm cobertura de plano de saúde.
Pesquisas recentes documentam os riscos da obesidade e a ineficácia do tratamento baseado apenas em dieta e exercícios. Décadas de estudos revelam que poucas pessoas conseguem emagrecer e manter o peso apenas com mudanças no estilo de vida.
A obesidade está associada a várias condições médicas graves, como diabetes, hipertensão, colesterol alto, apneia do sono e doença hepática gordurosa não alcoólica. A perda de peso pode melhorar ou eliminar essas complicações. No entanto, a crença de que a obesidade é uma escolha persiste, influenciada por gurus de dieta, influenciadores e uma indústria que lucra com suplementos e planos de emagrecimento.
A obesidade está associada a várias condições médicas graves, como diabetes, hipertensão, colesterol alto, apneia do sono e doença hepática gordurosa não alcoólica. A perda de peso pode melhorar ou eliminar essas complicações. No entanto, a crença de que a obesidade é uma escolha persiste, influenciada por gurus de dieta, influenciadores e uma indústria que lucra com suplementos e planos de emagrecimento.
Pacientes como Isotalo enfrentam situações desconfortáveis ao admitir o uso do Wegovy, pois acreditam que podem ser julgados como trapaceiros. Outros, como Katarra Ewing, de Detroit, que perdeu 40 kg com o medicamento, não hesitam em compartilhar sua experiência. Ewing relata que tem mais energia e sua pressão alta desapareceu, mas enfrentou uma consequência social inesperada: muitos amigos se afastaram após sua perda de peso. Especialistas em medicina da obesidade afirmam que relacionamentos podem mudar após a perda de peso, seja por cirurgia bariátrica ou tratamento farmacológico, pois a obesidade é uma condição muito marcante na vida das pessoas e nos relacionamentos.
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