Casos recentes de mortes por febre maculosa reacenderam o alerta para a doença infecciosa transmitida pela picada do carrapato estrela, infectado com uma bactéria chamada Rickttesia que, penetrando no corpo do ser humano, pode ser fatal. 





Segundo Martim Elviro de Medeiros Junior, médico de família e docente do curso de medicina da Faculdade Santa Marcelina, "não existe transmissão de pessoa para pessoa, sempre é necessário que haja o vetor (carrapato) e este tenha a bactéria (rickttesia) para que haja a transmissão", explica. 
 
 

Após a picada do carrapato o período de incubação é de cerca de sete dias (com variação de dois a 14 dias), aparecendo sinais e sintomas de febre, cefaleia, mal-estar e manchas no corpo. "Ao perceber esta situação, sobretudo se houve idas a áreas rurais ou áreas que têm carrapatos (trilhas, passeios em fazendas, parques ecológicos, pescarias) a pessoa deve procurar imediatamente o serviço de saúde, pois o tratamento é feito com antibióticos simples. Se a situação não for reconhecida, a doença pode ser muito grave", alerta o especialista.  
 
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Os exames laboratoriais podem demorar em média 10 dias para serem positivos, por isso a clínica e a exposição definem a conduta. "Ao notar que foi picado por um carrapato retire o mesmo o mais rápido possível com uma pinça ou delicadamente, sem esmagá-lo, pois, isso aumenta o risco de transmissão. Em caso de febre e exantema, erupção avermelhada que aparece na pele devido à dilatação dos vasos sanguíneos ou inflamação, principalmente nas extremidades e nos punhos, palmas das mãos e plantas dos pés, as complicações em crianças podem ser quadros sépticos com comprometimento de múltiplos sistemas como os neurológicos, sistema renal etc.", reitera.  

É muito importante que após passeios em áreas rurais e de risco para carrapatos, os pais supervisionem se as crianças não estejam ou continuam com carrapatos pelo corpo, e lembrar que o período de incubação do vírus é de cerca de sete dias, mas pode variar de dois a 14 dias. A conduta é clínica e epidemiológica, pois os exames podem ser falso positivos entre o sétimo e décimo dia, acrescenta Martim.  
 

Melissa Lacerda, pediatra: 'Não precisamos entrar em pânico, mas é necessário que os pais e responsáveis fiquem atentos aos locais que irão frequentar, passeios de final de semana e em eventuais viagens para áreas endêmicas'

(foto: Arquivo pessoal)
 
 

Segundo a pediatra Melissa Lacerda, os cuidados com os pequenos precisam ser redobrados, pois nesta época do ano outros problemas de saúde com sintomas iguais aos da febre maculosa podem confundir os pais e até mesmo profissionais de saúde. "Não precisamos entrar em pânico, mas é necessário que os pais e responsáveis fiquem atentos aos locais que irão frequentar, passeios de final de semana e em eventuais viagens para áreas endêmicas. Estamos em uma época em que as as crianças estão apresentarando quadros gripais, respiratórios, ciroses com diarreia e ainda tem os casos de dengue. Todos estes podem apresentar sintomas parecidos com os da febre maculosa, como dor de cabeça forte, febre alta repentina, mancha na pele, náusea, vômitos, dor muscular, calafrios. Como a febre maculosa evolui rapidamente, o indicado é procurar atendimento médico caso apresente apresentar três sintomas conjuntos; especialmente se a família esteve em áreas de risco anteriormente e é claro não esquecer de comentar sobre o local que foi e quando que foi", alerta a pediatra.

 

Caso a criança visite locais onde existe o risco de contágio, o ideal é usar repelente e roupas longas. "Devem ser aplicados no corpo e na roupa e todos devem utilizar roupas de manga comprida, meias por cima da calça e botas para reforçar a proteção. Usar roupas de cor clara é uma boa estratégia também para verificar a presença do carrapato, que precisa ser feito durante os passeios e após. O repelente deve ser reaplicado conforme a orientação do produto, em caso de suor ou contato com água, principalmente em regiões consideradas áreas de risco", pontua a médica.





 

Como saber se não é apenas uma virose?

 

O exame de sangue é o que diagnostica a febre maculosa, através da sorologia IGG e IGM e os pais ou responsáveis devem informar ao médico se estiveram em locais que oferecem risco de contágio da febre maculosa. "Quanto mais informações da rotina recente da criança o médico souber, melhor e de maneira mais precisa ele irá conduzir o acompanhamento, solicitação de exames, etc. Porém, é preciso tomar cuidado em relação à febre maculosa, pois o exame de sangue só positiva para a doença após 7 dias de contágio, quando o risco de morte torna-se maior. Por isso, o tratamento precoce é a melhor alternativa em caso de suspeita da doença, ou seja, suspeitou em Febre Maculosa já deve iniciar o tratamento, não precisa de aguardar o resultado da sorologia", ressalta Melissa.

 

O tratamento é feito com antibiótico prelo médico e dura 7 dias devendo ser mantida 3 dias após o término da febre.

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