Manter a saúde em dia é essencial em todas as fases da vida, mas na terceira idade é ainda mais importante. E não é só cuidar do corpo, não! A saúde mental também precisa de atenção e cuidado. Por isso, os idosos precisam de atividades que estimulem o cérebro e ajudem a manter a mente sempre trabalhando. 





De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 2 milhões de pessoas vivem com alguma forma de demência no Brasil e até 2050, este número pode triplicar em função do envelhecimento da população. "Conviver socialmente, ler, jogar cartas ou praticar outras atividades que estimulem o raciocínio, por exemplo, são recursos que se utilizados rotineiramente, exercitam o cérebro e podem ajudar na prevenção de doenças como o Alzheimer, que é o tipo mais comum de demência diagnosticada nos pacientes idosos", explica o geriatra Frederico Brina.  

 

A prática de exercícios físicos também ajuda a manter a mente saudável e contribui para o tratamento de outros males, como a hipertensão, o diabetes e a depressão. Para Frederico Brina, manter a mente ativa e estar aberto para aprender coisas novas também auxilia na auto estima do idoso, muitas vezes prejudicada por fatores socioculturais "No Brasil o idoso ainda sofre muito preconceito, seja no mercado de trabalho, no ambiente familiar, entre os vizinhos. 

Vemos exemplos de países como a Itália, que é uma das nações com a população idosa mais longeva do mundo e boa parte deles vivem de maneira independente, cuidam da própria vida, da casa e do dinheiro, sem necessitar do auxílio de outros familiares. A Sociedade Italiana de Gerontologia e Geriatria recalculou a idade em que consideram uma pessoa idosa e um italiano idoso é quem tem a partir de 75 anos. Isto se dá, dentre outras razões, ao estilo e hábitos de vida que a população está inserida", diz o médico.

LEIA MAIS: Na terceira idade, carne vermelha é perigo para o coração

No Brasil também podemos observar esta mudança do estereótipo, pois a maioria dos idosos com 60, 70 anos são muito mais ativos físico e mentalmente do que os idosos de 50 anos atrás com a mesma faixa etária. "O aumento da expectativa de vida da população, e todos os fatores relacionados a isso também são facilitadores para uma velhice mais saudável. 





Mas o ambiente o qual ele está inserido é essencial para manter corpo e mente saudáveis. Quando o idoso sente que está ativo, que é capaz de aprender e também de transmitir conhecimento para filhos e netos, seja ensinando algo ou mesmo contando suas experiências de vida, ele se sente vivo, capaz, inserido naquele meio, o que favorece significativamente para o seu bem-estar e auto estima. Ensinar e transmitir conhecimento é uma maneira de estimular o cérebro e contribuir para a prevenção da perda de memória e, consequentemente, favorece na promoção da saúde como um todo", completa.

Geriatra Frederico Brina

(foto: Arquivo Pessoal)


LEIA MAIS: Tatuagem na terceira idade: memórias marcadas na pele

compartilhe