esqueleto humano, anatomia ao lado de um homem e de uma mulher se olhando

Anatomia feminina: o guia, na verdade, é para meninas e meninos entenderem a vulva, a vagina e a uretra

Gerd Altmann/Pixabay


Quantas mulheres realmente conhecem sua própria anatomia íntima? Você sabia, por exemplo, que a urina não sai do clitóris, ou que não é necessário remover um tampão para urinar? A falta de conhecimento em torno desses tópicos não é motivo para vergonha, especialmente em uma sociedade que muitas vezes evita discussões francas sobre a vulva, a vagina, o pênis e qualquer assunto que esteja vagamente relacionado ao sexo. Contudo, é fundamental ter a disposição para aprender e se informar.

Em um esforço para promover este autoconhecimento, a ginecologista e obstetra Ana Ract incentiva todas as mulheres que visitam seu consultório a explorar sua própria anatomia. Ela sugere que as mulheres peguem um espelho de mão e observem sua vulva. Segundo Ana, conhecer a aparência normal de sua anatomia não é apenas uma questão de prazer, mas também uma maneira crucial de identificar possíveis anormalidades. Isto não é sobre estética, mas sobre saúde, ela esclarece.

A ginecologista explica que as mulheres têm três aberturas na região íntima: a uretra, o canal vaginal e o ânus. E ressalta a importância de saber distinguir cada um deles e como cuidar adequadamente deles. Consequentemente, um guia foi elaborado para ajudar as meninas a se conhecerem melhor e para orientar os meninos a entenderem a anatomia feminina.

O hímen não tem função médica específica

O clitóris, por exemplo, é um órgão feminino voltado principalmente para o prazer. Pode variar em tamanho e é maior internamente do que externamente. Anteriormente, acreditava-se que o clitóris tem cerca de 8.000 terminações nervosas, mas estudos recentes de 2022 mostraram que ele tem mais de 10.000.
A médica também esclarece a função do hímen, membrana que fica na entrada do canal vaginal, que não tem função médica específica: "O hímen tem mais uma função social e cultural". Sobre o cuidado com o hímen, a ginecologista informa que meninas que ainda não tiveram relações sexuais podem usar tampões internos e que a primeira penetração pode ser indolor, dependendo da pessoa. 

A vagina é autolimpante 

No que diz respeito ao canal vaginal, Ana Ract destaca que não deve ser lavado, pois a vagina é autolimpante. Ela também fala sobre a importância de cuidar da uretra, que é o canal por onde a urina é excretada. A ginecologista enfatiza que uma frequência aumentada de vontade de urinar, ou dor ao urinar, pode ser um sinal de que algo está errado com a uretra.
A ginecologista ainda discute a função dos lábios vaginais internos e externos e dá conselhos sobre cuidados com a região púbica. E a médica reitera que a depilação nesta área é uma escolha pessoal, não uma obrigação.

Conselhos para parceiros e parceiras

Ana Ract aborda a diversidade de cores da vulva, a importância da masturbação como forma de autoconhecimento e oferece conselhos para parceiros e parceiras sobre como serem cuidadosos ao se relacionar com a anatomia feminina.
Em suma, a mensagem principal é clara: conheça seu próprio corpo, cuide dele com carinho e não tenha medo de fazer perguntas. Afinal, o conhecimento é a chave para uma vida sexual saudável e satisfatória.