Nesta quarta-feira, 21 de junho, inicia-se o inverno. E nesta época do ano, devido as baixas temperaturas, além da preocupação com as doenças respiratórias, é preciso ficar atentos e cuidar, também, da saúde do coração. E o que ocorre com o coração quando os termômetros registram baixas temperaturas? Com o clima mais frio, as artérias ficam mais resistentes e, com isso há elevação da pressão arterial.
Outro fator é que há uma tendência na evolução dos processos inflamatórios das vias aéreas, como as gripes e resfriados. Portanto, há um aumento da inflamação das paredes internas dos vasos, sendo fator determinante para a formação de coágulos, e da possibilidade de ocorrência de infarto ou derrame cerebral.
De acordo com Leandro Costa, cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, um dos principais motivos que levam ao infarto nesta época do ano é a vasoconstrição - diminuição do calibre das artérias -, o que dificulta a circulação sanguínea e aumenta o esforço que os músculos cardíacos precisam fazer, para bombear o sangue no organismo. Contudo, há um aumento da pressão arterial, o que pode levar a ruptura de placas de gorduras no interior das artérias.
“Nesta época do ano, com as baixas temperaturas, as artérias se contraem para auxiliar o corpo a reter o calor. Como estão mais estreitas, os coágulos e as placas de gorduras podem dificultar o fluxo sanguíneo para o coração. Embora seja um mecanismo natural de proteção contra o frio, durante o processo de vasoconstrição há uma diminuição do calibre das artérias, o que pode aumentar o risco de infarto e derrame. As pessoas bebem menos água e líquidos o que contribui para aumentar a viscosidade do sangue, ou seja, ele fica mais grosso e propenso para formar coágulos”, esclarece o cardiologista.
Índice maior de infarto entre os idosos
As baixas temperaturas do inverno fazem aumentar em 30% o risco de infarto, segundo dados do Instituto Nacional de Cardiologia, principalmente em pessoas que apresentam fatores de risco. Entre as pessoas idosas este índice pode aumentar ainda mais. Hipertensos, pessoas com diabetes e obesidade e fumantes estão entre os que sofrem maior risco e precisam de cuidados redobrados no inverno.
Com a chegada do frio, o cenário se torna ainda mais perigoso às pessoas que têm fatores de riscos para as doenças cardiovasculares: "Por isso, é imprescindível o checape cardiológico anualmente, praticar exercícios físicos com orientação de especialista e, ainda, consumir alimentos saudáveis, evitar gorduras e sal em excesso”, orienta Leandro Costa.
Fuja do sedentarismo
No inverno, ainda há outro fator que agrava o quadro de risco aumentado. Nessa época, muitas pessoas deixam de praticar exercícios e passam a comer alimentos mais calóricos, pela sensação de bem-estar e aquecimento corporal que eles proporcionam.
“A atividade física aquece o corpo, melhora a disposição e existem alimentos que podem, também, proporcionar esse bem-estar sem excesso de calorias. Alguns exemplos são o queijo branco, pão integral, peito de peru, ovo cozido e frutas como banana e damasco”, explica o cardiologista.
Dicas para evitar o infarto durante o inverno
- Mantenha hábitos saudáveis
- Evite ambientes fechados e aglomerados, o que facilita o aumento de infecções
- Alimente-se de forma correta, com o consumo de frutas, verduras e legumes come baixas colorias
- Aumentar a ingestão de água nesta época do ano é fundamental
- Não esquecer de fazer checape cardiológico uma vez ao ano
- Ao sair de casa, com as baixas temperaturas, agasalhar o corpo e deixá-lo bem aquecido
Sinais de alerta e fatores de risco do infarto
Livrar-se dos fatores de risco é fundamental em qualquer época do ano. Entre os mais frequentes, Leandro Costa destaca a hipertensão, o sedentarismo, tabagismo, estresse e a obesidade. Infartos são mais frequentes em homens, especialmente a partir dos 45 anos, embora sejam mais fulminantes em mulheres.
A dor no peito é um dos principais sintomas do infarto, com a sensação que pode irradiar para o braço esquerdo. Os sintomas mais genéricos, como tontura, suor intenso e náuseas podem aparecer, mas há casos em que o episódio ocorra de forma silenciosa.