A herpes zoster sempre chamou atenção pelo potencial de quadros clínicos graves que causa nos pacientes, especialmente em idosos e imunossuprimidos. No entanto, segundo o epidemiologista do Hermes Pardini, referência em Imunização em Minas Gerais, José Geraldo Ribeiro, nos últimos anos a doença passou a ser encarada como um importante problema de saúde pública, seja pelo aumento de incidência relacionada ao aumento da sobrevida da população, pelo aumento de pacientes imunossuprimidos, inclusive pelo aumento do uso de quimioterápicos e "biológicos", seja pelo melhor conhecimento de suas complicações. Alguns estudos sugerem até que a incidência da doença aumentou após o início da circulação do SARS-COV-2 (coronavírus). 





A visão do médico se comprova com os dados do laboratório. A demanda pela vacina contra herpes zoster em Minas Gerais cresceu exponencialmente. Comparando o período de janeiro a junho de 2022 com 2023, o volume de vacinas aplicadas para prevenção à doença foi quase 10 vezes maior neste ano. Em 2022, os meses com maior procura foram janeiro e março. Já em 2023, abril e maio foram os meses com maior demanda. A concentração de procura pela vacina é na capital mineira. Ainda de acordo com o médico epidemiologista, estudos americanos sugerem que um em cada três habitantes experimentarão herpes zoster pelo menos uma vez na vida. 



"Além disso aumentou o número daqueles que sofrem com recidivas. O aumento de risco de complicações e sequelas continua sendo importante causa de diminuição da qualidade de vida, com o aumento da incidência com a idade", alerta José Geraldo Ribeiro, que é assessor de vacinas do Hermes Pardini. 

Nova vacina para uma nova era de prevenção contra Herpes Zoster


Até o último ano, no Brasil, tínhamos como possibilidade de prevenção a quimioprofilaxia e uma vacina viva atenuada (Zostavax). "Essa vacina representou avanço na prevenção, mas tinha limitações. Não podia ser usada em menores de 50 anos de idade, por ser atenuada não podia ser aplicada diante da possibilidade de imunodeficiência e apresentava queda da eficácia nos muitos idosos. Ano passado, finalmente chegou aos serviços privados brasileiros uma vacina inativada (Shingrix), recombinante, depois de anos de uso no Hemisfério Norte.




 
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A Shingrix, por não ser atenuada, amplia a possibilidade de uso em relação à anterior. É licenciada para maiores de 50 anos de idade e para maiores de 18 anos que vivem com HIV, transplantados, imunossuprimidos, diabéticos e que tenham risco especial para a doença. Nos estudos clínicos apresentou eficácia superior a 90%, mantendo-se próximo a isso por pelo menos quatro anos. 

Importante saber: o médico explica que, por não ser vacina viva, pode ser utilizada logo após a remissão de um episódio da doença. E, mais: por ser mais eficaz, a Sociedade Brasileira de Imunizações recomenda, inclusive, a revacinação dos que receberam a vacina anterior.

O esquema de aplicação vacinal é composto por duas doses com intervalo de 2 meses entre elas. Esse esquema independe da ocorrência anterior da doença ou vacinação anterior com a vacina Zostavax (vacina atenuada). No caso de aplicação anterior da Zostavax, é preciso aguardar um mínimo de oito semanas para aplicação da Shingrix. 

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