Dia 25 de junho é o Dia Mundial do Vitiligo, uma doença caracterizada pelo aparecimento de manchas brancas, devido à ausência de melanina pelo corpo, principalmente nas mãos, pés, joelhos, rosto e cotovelos, podendo também, em alguns casos, haver descoloração de cabelo.



O diagnóstico é essencialmente clínico, pois é feito com a observação da evolução das manchas na pele. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), mais de um milhão de brasileiros convivem com a doença.

Não existe causa estabelecida para o vitiligo, mas, alterações ou traumas emocionais podem estar entre os fatores que desencadeiam ou agravam a doença. Entretanto, existem também, fatores genéticos, ambientais e imunológicos, que devem ser observados.

Vitiligo: novas opções de tratamento

Apesar de não haver cura, o tratamento consiste em cremes, medicamentos orais ou laser - que visam estacionar a evolução da doença e repigmentar algumas áreas. Atualmente, com essas novas opções de tratamento, o resultado é muito satisfatório no sentido de controle da doença.




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De acordo com a dermatologista Soraya Neves Marques Barbosa dos Santos, do Hospital Semper, qualquer doença crônica produz nos seres humanos uma vivência negativa propiciada pela expectativa de sofrimento. Com o vitiligo, isso não diferente, é um desafio à autoestima. Além de uma orientação científica adequada, o paciente de vitiligo carece de conforto emocional e atenção familiar.

A resposta e a adesão ao tratamento e até mesmo a resiliência diante de eventuais falhas terapêuticas dependem da boa relação médico-paciente: "Numa época em que dispomos de respeitável terapêutica, torna-se indispensável que o dermatologista se mostre apto a avaliar seu paciente holisticamente", afirma a médica. 

Doenca rodeada de desinformação

Dermatologista Soraya Neves Marques Barbosa dos Santos, do Hospital Semper, diz que o vitiligo é um desafio à autoestima

(foto: Larissa Oliveira/Divulgação )

Uma doença que ainda é rodeada de desinformação traz à tona uma série de preconceitos e discriminações. Caio Braga é publicitário e foi diagnosticado com vitiligo quando ainda tinha 17 anos. Ele é integrante do grupo Coletiviti, que foi criado há 5 anos para discutir e compartilhar experiências sobre os diferentes tipos de vitiligo.



As reuniões da comunidade são feitas de forma remota, por meio do aplicativo WhatsApp. Eventualmente transicionam para encontros presenciais e, hoje, a comunidade é composta por 13 integrantes espalhados pelo Brasil.

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Segundo Braga, o caminho para a conscientização pública de forma responsável é por meio do debate e conversas de forma natural, pois a maioria das pessoas não conhecem a condição.

"Não busquei apoio para lidar com o preconceito, mas criei uma rede para isso, inclusive com pessoas que estão na mesma situação. Isso foi fundamental, além de ser necessário dizer que o combate à discriminação, é a informação”, destaca Caio Braga.

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