As causas da morte de um casal encontrado no quarto de uma pousada em Monte Verde (MG), na última quinta-feira (22/6), embora ainda estejam sob investigação, servem de alerta para o uso correto de lareiras, aquecedores, caldeirões ou outras situações, como o motor do carro funcionando em um ambiente fechado, como na garagem. Como não havia marcas de violência ou nenhum sinal de arrombamento, os familiares do casal comentaram sobre a possibilidade de "intoxicação por monóxido de carbono". 





De acordo com a pneumologista Michelle Andreata, da Saúde no Lar, o monóxido de carbono tem uma afinidade muito maior com a molécula de hemoglobina se comparado ao gás carbônico que liberamos em nossas células. "A ligação do gás monóxido de carbono é feita em 80% a 90% das moléculas de hemoglobina, fazendo com que a concentração desse gás seja muito maior do que a concentração de oxigênio. Isso leva à hipóxia(ausência de oxigênio suficiente nos tecidos para manter as funções corporais) e depois à morte", explica.

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Se a pessoa perceber que está perdendo o ar (fôlego), é importante levá-la ao hospital mais próximo imediatamente. "A dica é sair do ambiente fechado onde o gás está sendo liberado para que possa respirar ar puro, além de arejar o ambiente onde está acontecendo a emissão do gás." 

Michelle Andreata, pneumologista: 'A dica é sair do ambiente fechado onde o gás está sendo liberado para que possa respirar ar puro, além de arejar o ambiente onde está acontecendo a emissão do gás'

(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press )


Especialmente com a chegada do inverno, as pessoas, ao invés de deixarem o ar circular, acabam fazendo uso desse tipo de recurso para se manterem aquecidas. Por isso, a maior incidência de óbitos. "Além de lareiras, que liberam monóxido de carbono quando existe a queima de combustíveis como a madeira, a lareira a gás, chuveiros a gás, aquecedores, caldeiras e até mesmo fogões podem fazer com que aconteça a emissão."  

Entre os sintomas da intoxicação, estão: dor de cabeça, náuseas, mal-estar e vômito, inicialmente. "À medida que a inalação fica maior, o indivíduo perde a consciência", acrescenta a especialista. 

Como medida de prevenção, ela sugere que os estabelecimentos façam manutenções constantes nos aparelhos, limpeza e higienização da lareira e também da chaminé. "E, de preferência, ter dentro do hotel e/ou pousada, pessoas que saibam utilizá-los e manuseá-los, ensinando o passo a passo para os hóspedes."

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