De acordo com o Ministério da Saúde, mulheres morrem 20% a menos do que os homens. Os dados apontam que o grupo masculino é mais afetado por acidentes, assassinatos, suicídios e vão menos ao médico para fazer check-ups, enquanto as mulheres tendem a sofrer com problemas psicoemocionais e hormonais. Em 2019, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que a expectativa de vida ao nascer era de 80 anos para mulheres e 73 anos para homens.



Atualmente, 20% das mulheres já vivenciaram algum episódio de depressão. Para o transtorno de ansiedade generalizada (TAG), a incidência chega a 6%. É o que diz uma pesquisa feita no Brasil, no estado de São Paulo. Existem algumas explicações para esse fenômeno, relacionadas à biologia, como mudanças hormonais, maternidade, duplas jornadas de trabalho, particularidades neurológicas e preconceito de gênero.

O CEO da 4Life Prime Saúde Ocupacional, empresa do segmento de saúde e segurança do trabalho, Alex Araujo, explica que o cansaço, a irritabilidade e o esgotamento mental são sintomas comuns entre o público feminino pela alta sobrecarga de trabalho, com demandas a serem realizadas em casa e no âmbito profissional: "Elas costumam pegar os problemas para si, enquanto os homens transferem sua raiva para objetos do ambiente", diz.

De acordo com uma pesquisa feita por Daniel Freeman, psicólogo da Universidade de Oxford, do Reino Unido, as mulheres têm 40% mais chances do que os homens de sofrerem algum transtorno mental. O estudo foi feito a partir da análise de 12 pesquisas epidemiológicas de larga escala realizadas na Europa, Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia.



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Nesse contexto, a busca por meios que amenizem os transtornos psicológicos têm crescido no país. De acordo com o IBGE, o consumo de álcool entre mulheres aumentou consideravelmente nos últimos anos. Hoje, 17% das mulheres afirmam ter bebido uma vez ou mais por semana em 2019, índice 4,1 pontos percentuais maior do que o registrado em 2013 (12,9%).

Atualmente, as principais causas para a ansiedade são: dupla jornada de trabalho, maternidade, vulnerabilidade social, mudanças hormonais e particularidades do sistema neurológico. As mudanças no organismo feminino ocorrem, normalmente, entre os 45 e os 55 anos. Entende-se que a menopausa chegou quando se passam doze meses consecutivos sem os sangramentos mensais.

Dá-se uma queda gradativa na produção do hormônio estrogênio, levando a uma série de desconfortos e riscos para a saúde. Sem o hormônio feminino, o envelhecimento e o enrijecimento das artérias se acentuam e, por isso, os níveis de colesterol e pressão arterial tendem a subir, as deixando mais vulneráveis a infartos e derrames.

São muitos os desafios a serem vencidos pelas mulheres, desde os físicos aos psicoemocionais, como depressão e ansiedade, que só recentemente deixaram de ser sintomas marginalizados no âmbito da jornada feminina.

"Nesse sentido, é estranho pensar que elas vivem mais do que os homens. O que muda? A preocupação e o cuidado que o grupo mantém com a sua integridade física, o que as leva a realizar o acompanhamento médico regularmente", frisa Alex Araujo.

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