A busca por uma aparência mais natural e a divulgação na mídia de notícias sobre a retirada de implantes de silicone fazem parecer que a mamoplastia de aumento é um procedimento que tem caído no esquecimento. Mas se engana quem tem essa impressão. No Brasil e no mundo, a mamoplastia de aumento ainda é a segunda cirurgia plástica mais realizada, atrás apenas da lipoaspiração. E o procedimento parece estar ganhando popularidade especialmente entre o público mais jovem: no TikTok, as tags #breastaugmentation (aumento de mama, em tradução livre) e #siliconecheck já acumulam, respectivamente, 1 bilhão e 213 milhões de visualizações.
"A mamoplastia de aumento é geralmente realizada através do implante de uma prótese de silicone, por cima ou por baixo do músculo peitoral, para conferir volume às mamas. O tamanho e o formato da prótese são escolhidos caso a caso com base em fatores como o tamanho do tórax, a estatura e a expectativa da paciente", explica a cirurgiã plástica membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Beatriz Lassance.
Beatriz Lassance explica que, apesar do implante mamário ser a técnica mais conhecida, a mamoplastia de aumento também pode ser realizada através de enxerto de gordura. "A técnica conhecida como lipoenxertia consiste na retirada da gordura da própria paciente por meio de lipoaspiração para que, após tratada, seja injetada na região das mamas para conferir volume", diz a médica, que indica que a principal vantagem da lipoenxertia é a isenção do risco de rejeição. "No entanto, o procedimento é limitado, sendo recomendade para casos em que a paciente deseja apenas um leve aumento do volume da região. Além disso, o resultado é difícil de prever e não é permanente, pois parte da gordura é reabsorvida pelo organismo após algum tempo."
Para quem deseja um grande aumento do volume das mamas, o implante de prótese mamária é realmente a opção mais indicada. No entanto, muitas pessoas têm receio do procedimento pelo risco de complicações. A médica diz que, se devidamente realizado, o procedimento é seguro. "As próteses de silicone evoluíram muito nos últimos anos - são mais resistes e seguras. Hoje, o risco de rejeição ou ruptura é muito baixo. A maior parte das complicações relacionadas às próteses de silicone são estéticas, não afetando a saúde da paciente e podendo ser facilmente corrigidas com um segundo procedimento para retirada ou troca da prótese", afirma.
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Quanto ao período pós-operatório, que dura em média um mês, a médica ressalta que é fundamental dormir de barriga para cima, utilizar um sutiã especial de sustentação para suportar os seios e evitar realizar exercícios físicos, esforço ou muitos movimentos com os braços.
"É recomendado que as próteses de silicone sejam trocadas de tempos em tempos, geralmente entre 10 e 15 anos após o implante. Estatísticas mostram que, após 10 anos, há um aumento nas chances de problemas como ruptura ou contratura capsular (endurecimento de uma cápsula que o organismo forma ao redor das próteses, deixando-as duras e às vezes dolorosas)", acrescenta a cirurgiã plástica. "A mamoplastia de aumento, por se tratar de um procedimento com finalidade estética, só deve ser realizada após os 18 anos, quando o desenvolvimento das mamas já está completo", aponta Beatriz Lassance.