A vacina BCG (Bacilo Calmette-Guérin) continua sendo uma medida fundamental para a prevenção contra a tuberculose, porém a cobertura vacinal do último ano, 2022, esteve abaixo do esperado, atingindo apenas 82% em relação a meta ideal de 90%. Os dados são do Observa Infância, que reúne pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto (Unifase). O cálculo considera as doses aplicadas em crianças menores de um ano, idade em que a vacina deve ser aplicada, e o número de nascidos vivos naquele mesmo ano.



De acordo com a diretora-presidente do Instituto Opy, Heloisa Oliveira, a recuperação das taxas de cobertura vacinal é um dos desafios para a saúde no país. Segundo dados do Ministério da Saúde em 2018, a cobertura vacinal para a tuberculose atingiu 99,72%, caindo consideravelmente nos anos posteriores.

"O Dia da Vacina BCG, celebrado em 1º de julho, pauta o tema e auxilia na mobilização das famílias, contribuindo para que pais se conscientizem que a saúde dos seus filhos pode depender de um pequeno gesto. A vacina BCG é fundamental para a saúde das crianças e deve ser aplicada, preferencialmente, no nascimento ou no primeiro mês de vida do bebê, de acordo com o calendário do PNI", alerta.

A Fundação José Luiz Egydio Setúbal apoia a Busca Ativa Vacinal (BAV), estratégia do UNICEF para contribuir com os 2 mil municípios no semiárido e na Amazônia Legal na garantia da imunização infantil. O projeto auxilia na identificação de crianças menores de cinco anos com atraso vacinal ou não vacinadas e encaminhamento aos serviços de saúde para a atualização.



"Também realizamos a produção de vídeos no YouTube e outras plataformas incentivando a importância da vacinação com explicação simples e direta para que alcance os pais das crianças. Neste ano, o nosso Fórum de Políticas Públicas de Saúde na Infância abordará a cobertura vacinal, com a apresentação de estudos e pesquisas sobre a hesitação vacinal e desinformação, além da apresentação de iniciativas públicas e privadas que tiveram sucesso nas altas coberturas vacinais", informa a assessora de Relações Estratégicas da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, Márcia Kalvon Woods.

Leia também: Vacina nonavalente contra HPV pode prevenir até 90% dos casos

Buscando fortalecer a proteção contra doenças infecciosas e promover a saúde e o bem-estar das crianças e adolescentes, tramitam na Câmara dos Deputados propostas que buscam associar a vacinação à escola e a programas de transferência de renda. Esses mecanismos podem auxiliar no fortalecimento do Programa Nacional de Imunização e na recuperação das taxas de cobertura vacinal.

compartilhe