Esta semana foi noticiado um surto de escabiose, popularmente conhecida como sarna, em refugiados afegãos que estão abrigados no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. O vice-presidente da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), o médico infectologista e professor adjunto da disciplina de infectologia na Unifesp, Paulo Abrão, destaca algumas características entre o que é mito e verdade sobre a doença.  



1 - Contatos rápidos não transmite a sarna de pessoa para pessoa: Verdade
A sarna é uma doença de pele causada por um ácaro não visível ao olho nu, que só é identificado por meio de exames microscópicos, de raspagem ou lesões de pele que conseguimos observar. A transmissão da doença ocorre por meio do contato direto (pele a pele) e prolongado entre as pessoas ou por meio de objetos e roupas, como lençóis, toalhas e travesseiros compartilhados. 




 
2 - Surto de sarna dentro do aeroporto é perigoso para a população fora dele e pode se espalhar pelo município de Guarulhos: Mito
A doença se prolifera em pessoas agrupadas, como estão os afegãos naquele determinado setor do aeroporto, transmitida pelo contato mais próximo com familiares e, por isso, há uma disseminação local, não existindo risco de transmissão pelo aeroporto ou cidade de Guarulhos.

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"É preciso ficar atento nos próximos dias ou semanas a sintomas, como pápulas vermelhas na pele, que são muito pruriginosas, e que ocupam regiões características, em volta do umbigo, entre os dedos, as vezes na região genital, da fossa cubital, que são regiões clássicas de ter a sarna. Então, quem teve contato com alguém com a doença deve ficar atento se houver manifestação na pele e procurar o serviço de saúde mais próximo para ser tratado”, explica Paulo Abrão.

3 - O tratamento é relativamente simples: Verdade
A sarna tem cura e não costuma oferecer riscos à saúde. A preocupação, eventualmente, é que por serem lesões de pele que coçam muito podem evoluir para uma infecção de pele por outras bactérias e isso é uma complicação que pode gerar quadros mais graves.




O tratamento da sarna

O tratamento é feito com medicamentos orais ou tópicos, inclusive para diminuir a coceira com anti-histamínicos, porque principalmente à noite coça muito, a fim de evitar uma infecção secundária na pele. E, se isso ocorrer, o uso também de antibióticos deverá ser administrado para evitar que as bactérias tornem essa infecção ainda mais grave.

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O médico infectologista aponta ainda que as pessoas infectadas devem ter atenção à higiene: “O indivíduo deve tomar banho diariamente e ter as roupas muito bem lavadas com água quente e passadas a ferro para destruir os elementos de reprodução desse ácaro, fazendo a quebra da cadeia de transmissão de uma pessoa para a outra". 

Sarna humana x sarna animal

Outra dúvida comum é comparar a sarna em humanos e animais: "Existe uma diferença grande, pois são espécies de ácaros diferentes. A sarna que ocorre nos animais não causa a doença em humanos", finaliza Paulo Abrão, médico infectologista. 

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