Um coletivo de 10 cientistas das universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Federal Fluminense (UFF) apresentou uma patente ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) referente a um tratamento inovador para o câncer de mama. O produto da pesquisa é um composto sintético que tem como alvo a proteína p53, especialmente quando esta se encontra em estado de mutação. Por meio dos testes feitos, identificou-se que a substância pode restaurar a função da proteína alterada. Este avanço é resultado de duas teses de doutorado oriundas da UFRJ e da UFF.





Vitor Ferreira, professor na Faculdade de Farmácia da UFF e membro da equipe de pesquisa, explicou à imprensa que a proteína p53 é, em teoria, a defensora do genoma humano. Jerson Lima, coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Biologia Estrutural e Bioimagem (Inbeb) e docente da UFRJ, acrescentou que esta proteína atua como uma guardiã do DNA, prevenindo a formação de tumores. Contudo, quando a proteína sofre uma mutação, ela perde sua função protetora, passando a favorecer o crescimento do tumor e aumentando sua resistência a medicamentos.

Tumor negativo

A pesquisa, que foi financiada com R$ 2 milhões divididos igualmente pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), utilizou um tipo de tumor de mama conhecido como tumor negativo. Uma revisão do trabalho foi recentemente publicada no periódico internacional Chemical Review.

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Jerson Lima expressou seu otimismo em relação à substância, destacando sua eficácia em reduzir tumores em animais e em reverter mutações da p53. Além disso, a equipe de pesquisadores está em conversações com uma empresa farmacêutica para realizar estudos clínicos em humanos, o que pode levar à produção do primeiro medicamento brasileiro para o tratamento do câncer de mama.

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A patente é baseada em uma naftoquinona, substância produzida pelo metabolismo de diversos organismos, incluindo humanos. O composto, obtido sinteticamente a partir da vitamina K3, mostrou ser dez vezes mais eficaz que outros medicamentos na redução de tumores de mama, especialmente aqueles com a proteína p53 alterada.

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