Em coma desde junho, a influencer norte-americana Jackie Miller James, de 35 anos, acordou neste domingo (2/7) e pôde finalmente conhecer sua filha. Ela vivia as fases finais da gestação quando foi encontrada inconsciente pelo marido. Precisou passar por uma cirurgia no cérebro e uma cesariana de emergência simultaneamente após sofrer uma ruptura de aneurisma cerebral uma semana antes da data prevista para o parto, no último mês. Desde então, estava na unidade de terapia intensiva (UTI) em coma induzido, período no qual passou por diversas cirurgias.
Jackie ainda tem um "caminho incrivelmente longo de recuperação pela frente", apontam os familiares na publicação, e vem fazendo progressos importantes. A filha da influencer nasceu bem, mesmo diante do estado de saúde complicado da mãe. A bebê ficou 12 dias internada na UTI Neonatal antes de receber alta e voltar para casa. "A filhinha de Jackie e Austin é uma fonte constante de luz para toda a família e continua a se transformar em um anjinho feliz, saudável e animado. Jackie recentemente também encontrou sua bebê e passa grande parte do dia com toda a família enquanto está no hospital", consta no comunicado do Instagram.
A família de Jackie havia criado uma página de arrecadação de fundos para ajudar nas despesas médicas, no GoFundMe, em que compartilhou uma foto de Jackie, em coma, com a filha recém-nascida no peito. "Se Jackie e o bebê tivessem chegado alguns minutos mais tarde ao hospital, provavelmente teríamos perdido ambos", escreveu uma das irmãs da influencer. Jackie tem aproximadamente 70 mil seguidores no Instagram, na página em que compartilha publicações para conteúdo de beleza e relacionamento. Com o ocorrido, sua conta foi inundada de comentários desejando uma rápida recuperação.
Sobre o aneurisma
Segundo o neurocirurgião Felipe Mendes, membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, o aneurisma cerebral é uma condição em que ocorre uma dilatação anormal das paredes das artérias responsáveis por levar o sangue até o cérebro. Essa dilatação tem uma parede frágil e com isso existe um grande risco de rompimento, causando um extravasamento de sangue dentro do sistema nervoso.
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"Existem várias causas envolvidas na formação de aneurismas. A influência genética familiar é um dos principais fatores associados. Além disso, algumas outras condições adquiridas, como pressão alta descontrolada e o hábito de fumar também aumentam o risco. Existem ainda algumas doenças genéticas, como a doença dos rins policísticos, cujos portadores possuem maior chance de desenvolver aneurismas."
O neurocirurgião explica que, na maioria dos casos, os aneurismas são silenciosos e assintomáticos. Podem ser descobertos de forma acidental durante realização de exames de imagem solicitados por outros motivos.
"Ao se romper, os sintomas surgem e geralmente de forma súbita. A pessoa sente uma forte dor de cabeça, geralmente descrita como a pior da sua vida, acompanhada de outros sinais e sintomas como náuseas, vômitos, sensação de pescoço travado, sonolência, perda de consciência, evoluindo para coma e crises convulsivas."
Alguns aneurismas podem se tornar tão grandes que começam a causar sintomas pelo efeito de massa comprimindo estruturas do cérebro mesmo sem apresentar ruptura. O tratamento mais adequado varia, segundo Felipe, de acordo com a localização, as dimensões e a forma como a doença se manifestou. Essa decisão é feita em comum acordo entre o neurocirurgião especialista, o paciente e os familiares.
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