SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - José Celso Martinez Corrêa, o Zé Celso, que teve 52% do corpo queimado em um incêndio em seu apartamento, vai permanecer em coma induzido e intubado por tempo indeterminado para não sentir as dores das queimaduras. De acordo com a equipe do Teatro Oficina e amigos próximos do dramaturgo, que estão no hospital acompanhando o tratamento, ele recebeu todos os cuidados médicos necessários e está melhorando, mas sua condição ainda deve piorar antes de receber alta.





 

Suas queimaduras são predominantemente de segundo grau, com pequenas áreas de terceiro grau, ainda de acordo com os relatos dos amigos. Em termos práticos, isso significa, segundo os médicos, que Zé Celso poderá sentir muita dor, motivo pelo qual está sedado. A maioria das queimaduras, superficiais, não destruíram as terminações nervosas das áreas atingidas, como costuma acontecer nas de terceiro grau. Assim, elas não destruíram a capacidade do corpo de conduzir a sensação de dor ao cérebro.

 

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Os amigos disseram ainda que o sistema respiratório de Zé Celso, que respirou muita fuligem, é outro ponto crucial do tratamento. Ele está estável, mas a degradação dos tecidos do seu pulmão levam a uma ação inflamatória que sobrecarrega o rim. O órgão precisa filtrar o tecido danificado e, durante esse processo, acaba também sendo lesionado. Por isso, Zé Celso corre o risco de enfrentar uma falência renal nos próximos dias de internação.

 

Ele está na unidade de terapia intensiva do Hospital das Clínicas de São Paulo. Os amigos afirmaram que consideraram a possibilidade de transferi-lo para uma instituição especializada, mas não quiseram sujeitá-lo aos desgastes de uma transferência. 





 

O incêndio

 

Na tarde de terça (4), o cheiro de fuligem, que sujou as janelas, ainda era forte em frente ao prédio. Uma idosa que é vizinha de Zé Celso disse que sentiu o odor assim que acordou. Ela conta que se questionou se o fogo seria no próprio apartamento, mas então percebeu que se tratava do imóvel vizinho.

 

O porteiro, que preferiu não se identificar, afirmou que apenas o apartamento de Zé Celso foi atingido no prédio. À imprensa, Pascoal da Conceição, ator e amigo do dramaturgo, disse que o artista estava trabalhando durante a noite com o livro "A Quedo do Céu".

 

Perto do amanhecer, Zé Celso teria ligado o aquecedor do quarto e ido dormir. O incêndio teria começado devido a uma pane no aparelho e se espalhado rapidamente para a sala em razão da grande quantidade de livros no imóvel.

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