A Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou que o uso prolongado de adoçantes aumentaria o risco de diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e morte prematura em adultos. Com tantas opções no mercado, ao escolher, por exemplo, a sucralose,  a médica nutróloga Letícia Lucas, graduada pela Faculdade de Medicina de Juiz de Fora (Fame-JF)) e pós-graduada em nutrologia pela Universidade de São Paulo (USP), alerta que é importante saber que ele é um adoçante artificial 600 vezes mais doce que o açúcar comum, amplamente usado como substituto do açúcar em doces, sobremesas, bebidas e alimentos industrializados: "E embora a Food and Drug Administration (FDA) garanta sua segurança, estudos recentes têm demonstrado efeitos adversos alarmantes à saúde humana relacionados ao seu consumo, como danos ao DNA, síndrome do intestino permeável, estresse oxidativo e inflamação".





Pesquisas conduzidas pelo Journal of Toxicology and Environmental Health analisaram o impacto da sucralose e seu metabólito sucralose-6-acetato em células sanguíneas humanas e tecidos intestinais: "Os resultados evidenciaram a capacidade genotóxica de ambas as substâncias, ou seja, de provocar danos ao material genético das células. A exposição à sucralose-6-acetato, encontrada em vestígios significativos em produtos que contêm sucralose, excederia os níveis de segurança permitidos", c conta Letícia Lucas.

A nútrologa destaca que, além disso, a sucralose pode levar à síndrome do intestino permeável, caracterizada por queimação, digestão difícil, diarreia, gases e inchaço abdominal: "Isso ocorre porque o adoçante danifica as junções intestinais, estruturas que conectam as células da parede intestinal, permitindo a passagem de substâncias normalmente eliminadas nas fezes para a corrente sanguínea".

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Em outro experimento, células intestinais expostas à sucralose-6-acetato apresentaram aumento na atividade de genes relacionados a processos inflamatórios, estresse oxidativo e carcinogênese. As pesquisas indicam que é hora de reavaliar a segurança e regulamentação da sucralose, pois há evidências crescentes de que ela representa riscos significativos à saúde. No mínimo, incentive as pessoas a evitar produtos que contenham sucralose. É algo que não deveria ingerir.

Quando se trata de trocar açúcar por sucralose, é importante considerar os malefícios de ambas as opções. O açúcar em excesso pode levar ao ganho de peso, problemas metabólicos, diabetes e cáries. Por outro lado, a sucralose, como adoçante artificial, tem sido associada a efeitos negativos na flora intestinal e pode aumentar o apetite.

Malefícios do açúcar

Açúcar refinado é fonte de calorias vazias, com poucos ou nenhum nutriente

(foto: Hebi B./Pixabay )

  • Consumo excessivo de açúcar pode levar ao ganho de peso e obesidade, aumentando o risco de doenças crônicas, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
  •  Açúcar refinado é fonte de calorias vazias, com poucos ou nenhum nutriente. Seu consumo excessivo pode levar à deficiência de vitaminas e minerais essenciais.
  •  Açúcar pode causar flutuações nos níveis de açúcar no sangue, resultando em picos e quedas de energia.




Malefícios da sucralose 

Danos no DNA: Estudos sugerem que o consumo de sucralose pode causar danos ao DNA. A substância sucralose-6-acetato, derivada da sucralose, tem sido associada à quebra do DNA, o que pode aumentar o risco de desenvolvimento de doenças e condições relacionadas.
 
Desequilíbrio da flora intestinal: O consumo excessivo de sucralose tem sido associado a alterações na composição da microbiota intestinal, podendo prejudicar a saúde digestiva e afetar negativamente o sistema imunológico.
 
Intestino Permeável: A sucralose também tem sido relacionada ao desenvolvimento do chamado "intestino permeável". Isso ocorre quando a parede intestinal se torna mais permeável do que o normal, permitindo a passagem de toxinas, bactérias e partículas indesejadas para a corrente sanguínea. Esse processo pode levar a uma série de problemas de saúde, como inflamação, sensibilidade alimentar e disfunção imunológica.




 
Aumento do apetite: Estudos sugerem que a sucralose pode estimular o apetite e levar ao consumo excessivo de alimentos, potencialmente contribuindo para o ganho de peso e dificultando a manutenção de uma dieta saudável.
 
Impacto na resposta à glicose: Embora a sucralose seja considerada um adoçante sem calorias, pesquisas indicam que pode afetar a resposta à glicose e a regulação do açúcar no sangue, o que pode ser problemático para pessoas com diabetes ou pré-diabetes.
 
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Possíveis efeitos tóxicos: Alguns estudos sugerem que a sucralose pode ter efeitos tóxicos em altas doses, embora a maioria das pesquisas atualmente disponíveis esteja relacionada a testes em animais. No entanto, mais pesquisas são necessárias para entender completamente os efeitos a longo prazo no organismo humano.





Contribuição para a dependência de sabores doces: O consumo frequente de sucralose pode perpetuar o desejo por alimentos e bebidas açucarados, dificultando a transição para uma dieta equilibrada e menos dependente de sabores doces.

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'A única forma de evitar a sucralose é consumir alimentos frescos e não industrializados e, ao optar por produtos processados, ler os rótulos e preferir aqueles com ingredientes reconhecíveis', alerta Letícia Lucas, médica nutróloga

(foto: Arquivo Pessoal)
“A chave está em encontrar um equilíbrio e adotar uma abordagem consciente em relação ao consumo de açúcar e adoçantes. Ao reduzir a quantidade de açúcar e fazer escolhas conscientes de adoçantes, é possível desfrutar de uma alimentação mais saudável sem comprometer totalmente o prazer de saborear alimentos doces”, recomenda Letícia Lucas. 

Como identificar e substituir produtos com sucralose?

A médica nutróloga Letícia Lucas, indica que, ao fazer compras, verifique a lista de ingredientes e evite produtos que contenham “sucralose” ou “splenda”: "Opte por açúcar mascavo ou mel. Prefira alimentos frescos e minimamente processados e evite produtos light, zero ou diet. Quando cozinhar ou preparar bebidas em casa, utilize açúcar mascavo ou mel no lugar da sucralose, que podem ser usados na mesma proporção do açúcar, enquanto o açúcar mascavo tem sabor mais intenso, sendo recomendada uma quantidade 25-50% menor".




Os vários tipos de adoçantes

Embora alguns adoçantes sejam mais conhecidos e consumidos, como a sacarose e o aspartame, no Brasil existem diversos tipos de adoçantes disponíveis no mercado. Entre os mais conhecidos, estão os feitos com acessulfame K, aspartame, sacarina, neotame, sucralose, alitame, ciclamato, estévia, sacarose, e os novos adoçantes chamados polióis (que substituem o açúcar) como o eritritol, o sorbitol e o xilitol, mais presentes em alimentos industrializados.
 
A médica nutróloga informa também, destaca adoçantes artificiais que apresentam riscos à saúde: 
  • Aspartame: Estudos associam seu consumo a dores de cabeça, alterações de humor, problemas digestivos e risco aumentado de diabete tipo 2 e obesidade. Pode conter fenilalanina, prejudicial para portadores de fenilcetonúria.
  • Acessulfame K: Apesar de ser considerado seguro pela FDA em doses normais, estudos relacionam seu uso a alterações hormonais, problemas reprodutivos e risco de câncer. Não é metabolizado pelo corpo e é excretado inalterado na urina.
  • Sacarina: Associada a câncer de bexiga em testes laboratoriais, embora seja improvável que cause o mesmo efeito em humanos. Estudos demonstram potencial carcinogênico e genotóxico. Não tem valor nutricional e é excretada inalterada.
  • Neotame: Similar à aspartame, com potencial de causar efeitos colaterais semelhantes. Aproximadamente 7.000 a 13.000 vezes mais doce que o açúcar, o que permite uso em concentrações muito baixas. Apesar de ser considerado seguro pela FDA, pouco se sabe sobre seus efeitos a longo prazo.
  • Advantame: Aprovado pela FDA em 2014, é cerca de 20.000 vezes mais doce que o açúcar e está presente em concentrações muito baixas em alimentos e bebidas. Apesar de estudos laboratoriais e simulações computacionais indicarem baixa toxicidade, os dados sobre sua segurança em humanos são muito limitados. Pode ser metabolizado em pequenas quantidades, mas a maior parte é excretada inalterada.
“No geral, é importante limitar o consumo de adoçantes artificiais, optando sempre que possível por alternativas mais naturais como mel, açúcar mascavo e frutas. Alimentos frescos, minimamente processados e com ingredientes de qualidade são as melhores opções para uma alimentação saudável", indica Letícia Lucas.



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Descubra alimentos e bebidas que contém a presença de adoçantes artificiais e indicações de como substituir:

  • Refrigerantes diet e zero açúcar: Contêm frequentemente aspartame, acessulfame K ou sucralose. Prefira água, chás ou sucos naturais.
  • Bebidas energéticas diet: Repletas de adoçantes artificiais como sucralose, aspartame e acessulfame K, além de cafeína em excesso. Para impulsionar energia de forma natural, opte por bebidas como, água de coco natural, chás naturais e infusão de ervas, suco de frutas, smoothies, água com limão.
  • Iogurtes diet e light: Normalmente adoçados com aspartame, acessulfame K e sucralose. Opte por iogurtes naturais, sem adição de açúcar ou adoçantes.
  • Sobremesas congeladas light: Contêm tipicamente sucralose, além de gorduras hidrogenadas e outros aditivos. Prefira frutas frescas ou preparar suas próprias sobremesas.
  • Barras de cereais diet: Repletas de adoçantes artificiais como maltitol, sucralose, estévia e aspartame. Escolha no lugar barras com ingredientes integrais e frutas secas, com pouco ou nenhum adoçante.
  • Chicletes e balas diet: Feitos com acessulfame K, aspartame, sucralose ou sacarina para substituir o açúcar. Evite-os e prefira frutas frescas, secas ou chocolates com alto teor de cacau e pouco açúcar.
  • Alimentos light e diet em geral: Como regra, desconfie de rótulos que anunciam versões "light", "diet" ou "zero" de alimentos normais, pois quase sempre indicam adição de adoçantes e outros aditivos artificiais. Prefira alimentos frescos e com ingredientes integrais sempre que possível.
“A única forma de evitar definitivamente a sucralose é consumir alimentos frescos e não industrializados. Ao optar por produtos processados, leia atentamente os rótulos e prefira aqueles com ingredientes reconhecíveis, indicativos de menor processamento. Sua saúde agradece", avisa Letícia Lucas. 

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