A criança abre os braços, fingindo ganhar asas, pega impulso e pula o mais alto que pode da cama com a intenção de voar. No entanto, o resultado é um encontro com o chão e um grave ferimento. A cena descrita é retratada por personagens animados de uma campanha do Ministério da Saúde (MS), cujo foco é tentar conscientizar famílias brasileiros sobre acidentes domésticos. O governo alerta que milhares dessas intercorrências poderiam ser evitadas com conhecimento básico com atitudes preventivas dos pais, principalmente nas cozinhas e salas, locais onde esses casos mais são registrados com maior frequência nos lares brasileiros.





Bastaria um olhar cuidadoso com a gaveta do armário que não conta com trava, com a panela sendo usada nas bocas dianteiras do fogão, proteção nas tomadas, guardar objetos cortantes longe do alcance das crianças. De acordo com dados do Sistema Único de Saúde (SUS), o país registrou 1.616 óbitos de crianças por acidentes domésticos nos anos de 2020 e 2021. O Paraná é o terceiro da lista com maior número de casos.

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E quando não vitima, esses acidentes domésticos são a maior causa de lesões graves em crianças até quatro anos de idade aqui no Brasil. Muitos desses casos geram lesões neurológicas: “A criança não pode viver no colo, pelo contrário, é preciso explorar o ambiente. O sistema nervoso da criança precisa ter contato da barriga com chão, mãos com chão, a criança precisa andar e apoiar os braços”, explicou o neurocirurgião pediátrico, Alexandre Canheu: “Mas é preciso livrar o ambiente de coisas perigosas, pontiagudas, proteger as tomadas”, ponderou.

Bater a cabeça

E se a criança cair e bater a cabeça? É importante que os pais fiquem atentos as suas reações: “Primeira coisa que tem que observar é a reação: ficou desacordado ou imediatamente começou a chorar? Isso dá uma dimensão ao médico da energia recebida no crânio da criança. Se a criança cai, começa a chorar e não tem vômitos, é um bom sinal. Se ela não apresenta lesão no couro cabeludo, surgimento de galo, um medicamento pra dor já resolve. Agora, se a reação é diferente, então os pais devem procurar um especialista”, recomenda o neurocirurgião.





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A maioria desses acidentes ocorre quando as crianças começam a andar e precisam se apoiar em algo. Por isso, uma dica importante aos pais: “Elas precisam ser livres, descobrir o meio ambiente. Mas é importante ficar atento. Uma distância segura é a de um braço, numa emergência, estica o braço e segura a criança”, pontuou o médico.

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