Seu filho está de férias, brincou ao ar livre, correu, fez diferentes atividades e no fim do dia desmaiou na cama? Apesar de ser uma situação recorrente no período em que as crianças não têm aulas, é importante adicionar atividades como essas durante o ano letivo.
Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) enfatizou a importância da atividade física regular e do sono adequado em quantidade e qualidade para as crianças.
Para o especialista em medicina do sono pela Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS), Gleison Guimarães, a atividade física fundamental para promover saúde está sendo cada vez mais substituída pelo uso da mídia de massa, à medida em que a tecnologia avança e os padrões de consumo de mídia infantil mudam ao longo dos anos.
"A recomendação da OMS é de que crianças e adolescentes, de cinco a 17 anos, acumulem pelo menos 60 minutos de atividade física intensa por dia, como aeróbico vigoroso e fortalecimento muscular e ósseo, três vezes por semana", pontua o especialista, que é Membro da American Academy of Sleep Medicine (AASM) e da European Respiratory Society (ERS).
Além disso, as diretrizes recomendam limitar o tempo de tela recreativo a duas horas por dia e garantir sono suficiente, de, no mínimo, nove horas seguiras, para crianças de cinco a 13 anos.
"Elas precisam envolver seus sentidos e experimentar o mundo de maneira multissensorial. A exposição a diversos estímulos, como o tempo excessivo de tela, pode afetar negativamente o desenvolvimento das estruturas neurais do cérebro. Isso tende a levar a dificuldades em dominar as habilidades de leitura e escrita, menos conexões sociais e, em situações extremas, contribuir para o vício digital. Esta questão é significativa, pois a atividade física, fundamental para promover a saúde, está sendo cada vez mais substituída pelo uso da mídia de massa à medida em que a tecnologia avança e os padrões de consumo de mídia infantil mudam ao longo do tempo", explica o médico.
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O britânico Children and Parents: Media Use and Attitudes descobriu que 35% das crianças de sete anos têm smartphones, e 66% de seis anos gastam mais de sete horas e meia na semana em jogos eletrônicos.
Vale ressaltar que as famílias influenciam nos hábitos saudáveis, com comportamentos pró-saúde e incentivam o tempo de lazer ativo. "É essencial criar ambientes que apoiem e facilitem formas ativas de engajamento no período de férias e após as atividades escolares dos alunos. Promover e priorizar essas atividades pode contribuir para o bem-estar geral e o desenvolvimento das crianças", aponta Gleison Guimarães.