Uma das maneiras de diagnosticar precocemente o câncer de pele é por meio do autoexame, visualizando no espelho manchas e pintas. Mas um estudo da Universidade de Queensland (Austrália), publicado em maio na revista Science, descobriu que a pele com poucas sardas ou manchas visíveis ainda pode carregar mutações de DNA danificadas pelo sol que podem desencadear o câncer. "Esse é um alerta importante e que reforça a importância de não se expor ao sol nos períodos em que a incidência da radiação ultravioleta é maior, ou seja, das 10 às 16h, além do uso diário do fotoprotetor", explica a dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Paola Pomerantzeff.
O próximo estudo comparou pessoas da mesma idade e sexo que tiveram um número diferente de cânceres de pele. Um grupo teve muitos cânceres de pele e o outro grupo teve poucos ou nenhum nos últimos cinco anos. Os pesquisadores encontraram uma diferença de 45% entre os grupos, com um número muito maior de mutações nos antebraços daqueles com mais cânceres de pele. Cerca de dois terços dos australianos desenvolverão um câncer de pele durante a vida, segundo a universidade, por isso Queensland lidera o mundo em pesquisas de cânceres de pele comuns, como carcinomas de células basais e escamosas.
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As descobertas explicam em parte por que as pessoas com um único câncer de pele têm uma chance muito maior de desenvolver outros na mesma área do corpo no futuro. "As descobertas também sugerem que, se reduzirmos os níveis de mutação na pele de aparência normal, poderemos reduzir o risco de novos cânceres de pele. Tratamentos a laser e a dermoabrasão, segundo o trabalho, podem 'eliminar' as mutações da pele e reduzir o risco de câncer de pele, mas essa abordagem não é aplicável a todos, pois são abordagens difíceis e caras de se implementar em larga escala. O próximo passo é explorar terapias que possam reduzir a carga de mutações na pele. Mas por enquanto, o que temos de mais relevante é a proteção com filtro solar", aponta a médica.