Aos 2 anos, Derick iniciou tratamento no Hospital da Baleia para poder andar normalmente. A instituição é referência nos cuidados de pé torto congênito pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Minas Gerais. No Brasil, a cada 1.000 nascidos vivos, um apresenta uma deformidade chamada pé torto congênito. Em Minas Gerais, no ano de 2022, foram 445 casos deste tipo. A deformidade faz um ou ambos os pés ficarem virados para dentro, dificultando a mobilidade da criança, principalmente na fase do aprendizado de andar.
O Hospital da Baleia é referência em Minas Gerais, mas em 2020, com o advento da pandemia de Covid-19, o tratamento de pé torto congênito foi suspenso, retornando apenas em 2022. Atualmente, são cerca de 60 atendimentos por mês, entre novos pacientes e retornos necessários, atendendo a uma demanda que é repassada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Este é um dos serviços de ortopedia referenciados pelo hospital, que também se destaca em alongamento e reconstrução óssea, cirurgias ortopédicas em crianças com paralisia cerebral e diversas outras subespecialidades ortopédicas de média e alta complexidade.
Uso de gesso na perna com deformidade
Com 2 anos de idade, Derick Lohan da Silva, que nasceu com pé torto congênito, iniciou o tratamento no Hospital da Baleia. Segundo a mãe, Lorena Steffani Silva, um diagnóstico mostrou a condição ainda durante a gestação, mas ela só conseguiu proporcionar o tratamento agora.
Na última semana, ele recebeu a primeira aplicação de gesso na perna com deformidade, procedimento que será refeito semanalmente por pelo menos seis vezes. Quando esta etapa for finalizada, é feita uma cirurgia para alongamento do tendão aquileu (tendão de aquiles) e, por fim, uso de órteses que manterão o pé na posição adequada. O uso dessas órteses deve ser feito por quatro anos, para evitar recidiva do caso.
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Cirurgiã ortopédica responsável pelo serviço no Hospital da Baleia, Mônica França explica que instituição utiliza o método de Ponseti, que reduz o tempo de tratamento e tem resultado mais eficiente, além de gerar menor custo.
"O tratamento não é doloroso para o paciente, a colocação do gesso é gentil e delicada. Ao fim do processo, desenvolvemos os tecidos com o novo posicionamento, orientando a pisada da forma adequada, promovendo maior qualidade de vida à criança, melhor inserção social e mobilidade”, explica Mônica França, reforçando que o sucesso do tratamento depende da dedicação também de paciente e familiares.
Lorena Steffani, mãe do Derick, conta que o tratamento foi repassado com clareza pela médica, o que dá mais segurança e a faz acreditar no resultado. “Sei que poderei ver meu filho andar melhor. Hoje, ele até tenta, mas ainda não consegue pela condição do pezinho. Isso vai ajudar muito a todos nós".
Números da ortopedia do Hospital da Baleia em 2022
- 20.362 atendimentos
- 6.499 cirurgias
- 52 cirurgias de pé torto congênito
- 62 cirurgias de alongamento ósseo
- 62 cirurgias de alongamento ósseo