Sapatos de salto alto fazem parte do look da mulher, tanto em momentos de lazer como em ocasiões formais. No entanto, o uso constante desse tipo de calçado pode causar problemas no joelho. "Com o uso do salto, o joelho é colocado em uma posição desconfortável que exige flexão contínua. Esse esforço desgasta a cartilagem patelar levando à condromalácia (condropatia), doença cujos sintomas incluem dores no joelho que pioram ao subir ou descer escadas. Ajoelhar, agachar ou sentar com as pernas cruzadas também pode causar dor", explica o ortopedista especialista em joelho e traumatologia esportiva, membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), Marcos Cortelazo.




O ortopedista explica que os danos ocorrem de maneira mais grave em quem costuma trabalhar e caminhar muito com esse tipo de salto. "Em uma caminhada normal, o corpo absorve o impacto da passada de maneira uniforme. Esse equilíbrio permite que as articulações dos tornozelos e dos joelhos não sejam prejudicadas. Já os saltos causam maior desequilíbrio e exigem mais flexão dos joelhos", esclarece o médico. Ao deixar a ponta dos pés no chão e o calcanhar elevado, esses sapatos sobrecarregam a articulação dos joelhos.

Segundo o médico, o desgaste pode se acentuar com o uso contínuo desse tipo de calçado, e atingir outras estruturas do joelho, causando também artrose. "Nesse caso, além da cartilagem patelar, as estruturas que envolvem o fêmur e a tíbia também são atingidas", diz o médico.

O especialista reforça que existem muitas maneiras de curar a condromalácia patelar sem cirurgia, como tomar medicamentos ou fazer fisioterapia. "Mas, se o caso for grave e a cirurgia for necessária, é necessário encontrar a causa raiz. A condropatia patelar pode requerer cirurgia como, por exemplo, artroscopia para regularizar a superfície articular", diz o médico. Se ocorrer um desgaste da articulação, pode ser necessária uma grande cirurgia para substituir ou realinhar a articulação, o que também significa um longo tempo de recuperação.

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Segundo Marcos, a melhor solução é usar esse tipo de salto de maneira esporádica, indo pelo caminho do meio, preferindo sapatos nem muito planos e nem muito altos, em uma altura que não exceda a margem de 2,5 cm a 5 cm. "Praticar exercícios regularmente e controlar o peso são cuidados adicionais que evitam a chance de problemas no joelho", aponta.

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