Ingrediente essencial na dieta mediterrânea, considerada uma das mais saudáveis do mundo, o azeite pode ajudar a reduzir o risco de morte por demência, segundo um estudo preliminar apresentado, nesta segunda-feira (24/07), no congresso anual Nutrition, da Sociedade Norte-Americana de Nutrição, em Boston. A pesquisa, ainda não publicada, "oferece esperança de que fatores de estilo de vida saudável, como dieta, possam ajudar a prevenir ou retardar a progressão da demência", disse, em um comunicado, Anne-Julie Tessier, principal autora e pesquisadora da Escola de Saúde Pública Harvard T.H. Chan.
"Nosso estudo reforça as diretrizes dietéticas que recomendam óleos vegetais, como o azeite, e sugere que essas recomendações não apenas são boas para a saúde do coração, mas também potencialmente para a saúde do cérebro", afirmou a pesquisadora. "Optar por azeite, um produto natural, em vez de gorduras como margarina e maionese comercial, é uma escolha segura e pode reduzir o risco de demência fatal."
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Segundo Tessier, o estudo é o primeiro a investigar a relação entre dieta e morte relacionada à demência. Os cientistas analisaram questionários dietéticos e registros de óbito coletados de mais de 90 mil norte-americanos ao longo de três décadas, durante as quais 4.749 participantes morreram de doenças neurodegenerativas.
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Os resultados sugerem que as pessoas que consumiam mais de meia colher de sopa de azeite por dia tinham um risco 28% menor de morrer de demência, em comparação com aquelas que nunca ou raramente ingeriam o ingrediente. Além disso, substituir apenas uma colher de chá de margarina e maionese pela quantidade equivalente do óleo vegetal por dia foi associado a uma redução de 8% a 14% no risco de óbito por essa causa.
Efeito direto
"Alguns compostos antioxidantes no azeite podem atravessar a barreira hematoencefálica, potencialmente tendo um efeito direto no cérebro", disse Tessier. "Também é possível que o azeite tenha um efeito indireto na saúde do cérebro, beneficiando a saúde cardiovascular." Pesquisas anteriores associaram uma maior ingestão do ingrediente com um menor risco de doenças cardiovasculares. A incorporação de azeite no padrão alimentar mediterrâneo também parece proteger a cognição.
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Tessier alertou que a pesquisa é observacional e não prova que o azeite é a causa da redução do risco de demência fatal. Estudos adicionais, como ensaios controlados randomizados, seriam necessários para confirmar os efeitos e determinar a quantidade ideal a ser consumida para obter esses benefícios. No geral, no entanto, o estudo se alinha com as recomendações dietéticas e reforça a evidência de que o uso desse óleo pode ajudar a manter uma dieta saudável, destacou.
"Também precisamos lembrar que não é apenas o que comemos que ajuda a manter nossa função cerebral, é como comemos. Permanecer sociável na hora das refeições e comer com outras pessoas pode beneficiar nossa saúde mental a curto prazo e a função cognitiva à medida que envelhecemos", diz Duane Mellor, nutricionista da Universidade de Aston, no Reino Unido. O especialista, que não participou da pesquisa, diz que mais estudos são necessários para validar os resultados apresentados.
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