Um estudo realizado pela London South Bank University (LSBU), na Inglaterra, mostra que adultos que recebem orientações sobre sabores de cigarros eletrônicos têm uma maior probabilidade de abandonar o hábito de fumar cigarro convencional. A pesquisa liderada pela Dra. Lynne Dawkins demonstrou que aqueles que receberam ajuda para escolher o sabor do vape acompanhada de mensagens de apoio tinham 55% mais chances de parar de fumar do que aqueles que não receberam esses serviços.
“Fumar mata aproximadamente 8 milhões de pessoas em todo o mundo todos os anos e mesmo alguns dos tratamentos mais eficazes têm pouco efeito na redução do número de fumantes. Com essa nova abordagem, 24,5% deixaram de fumar após três meses e outros 13% reduziram o consumo de cigarros em mais de 50%. A simplicidade do suporte personalizado por meio de conselhos sobre sabores e mensagens de apoio pode ter um grande impacto em ajudar as pessoas a se livrarem do tabagismo”, disse Lynne Dawkins, professora de estudos de nicotina e tabaco na LSBU, em entrevista ao jornal britânico The Guardian.
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No Brasil, a discussão sobre a comercialização de vaporizadores ainda está em tramitação na ANVISA. Na 10º reunião extraordinária, em Julho de 2022, foi aprovado o AIR - Análise de Impacto Regulatório, produzido por uma área interna da ANVISA, sob comando da diretora da época, Cristiane Jourdan. Esse relatório apenas sugeria a manutenção da proibição, mas não teve papel de decisão da agência nem de atualização ou confirmação da regra atual, que continua vigorando a mesma de 2009 da RDC 46/2009. A agência anunciou que poderá tomar uma decisão final sobre os cigarros eletrônicos até o fim deste ano.
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Alexandro Lucian, presidente da Direta (Diretório de Informações para Redução dos Danos do Tabagismo), organização brasileira não-governamental que promove a participação ativa da sociedade civil na formação de um grupo multidisciplinar para redução de danos do tabaco, diz que o contrário também já se mostrou verdadeiro em outros lugares e que a proibição não tem trazido consequências positivas. “Os locais que proibiram os cigarros eletrônicos e seus sabores amargam um desenfreado mercado de produtos ilegais, que, sem fiscalização, colocam a saúde de milhares de pessoas em risco”.
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Em abril deste ano, a Inglaterra anunciou que estava dando início à campanha "swap to stop" ("trocar para parar", em tradução livre), a primeira desse tipo no mundo, que consiste em oferecer a um milhão de fumantes um kit gratuito de cigarro eletrônico como estímulo para que deixem de usar cigarro convencional. Adotar o cigarro eletrônico como medida para redução de danos do tabaco já é uma estratégia usada também em outros países, como Suécia, Nova Zelândia e Canadá. A Suécia é um dos países de mais êxito nesse cenário ao estar prestes a se tornar o primeiro país europeu livre do tabagismo ao regulamentar e diminuir as taxas de impostos de produtos de nicotina alternativos, como o cigarro eletrônico.
O Brasil ainda tem a chance de se juntar em 2023 a países que vem tendo sucesso na redução de danos. No momento, a Anvisa analisa a possibilidade de regulamentação dos dispositivos eletrônicos no país. “Com a regulamentação dos cigarros eletrônicos, podemos ter um impacto positivo na saúde no Brasil. Quando há regulamentação, o dispositivo e suas essências podem ser produzidos por quem entende. Com a quantidade certa de nicotina e qualidade controlada, teremos menos riscos. Confiamos que a Anvisa siga a ciência e regulamente os cigarros eletrônicos”, diz Alexandro.