Responsáveis por mais de 1,4 milhão de morte no mundo a cada ano, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as hepatites virais matam mais que a Aids e a malária juntas. A imunização segue sendo considerada o meio mais eficaz de combate a essas infecções, sendo os tipos A, B e C os mais predominantes no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. Neste mês, ações de conscientização e combate à doença visam diminuir os números de casos.
Imunização
As hepatites virais atingem o fígado e são consideradas um grave problema de saúde pública. De acordo com Marisa Mariano, especialista em vacinas do São Marcos, hoje, são disponibilizados três opções de vacinas. A primeira é contra a Hepatite A, que deve ser aplicada para qualquer idade a partir de 12 meses, no esquema de 2 doses.
“Isso possibilita uma proteção mais cedo, aos 12 meses, e ainda há a possibilidade de vacinar adolescentes, adultos e idosos que não receberam a vacina anteriormente”, comenta. Pelo SUS, a vacina, conforme preconizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e de Imunizações (SBIm), é recomendada apenas para crianças a partir de um ano e três meses, em uma única dose.
O esquema vacinal contra a hepatite B, na rede pública: ao nascimento, aos 2 e aos 6 meses de vida. Já na rede particular, o alcance é ainda maior, a vacina é indicada para essas faixas etárias, crianças acima desta idade, adolescentes e adultos até 29 anos ainda não vacinados.
São três doses, com intervalo de um mês entre primeira e a segunda, e cinco meses da segunda para a terceira dose. “As doses são também indicadas para populações vulneráveis (em especial, profissionais do sexo e usuários de drogas) e para profissionais da saúde. Pessoas com comprometimento do sistema imunológico necessitam de dose dobrada em quatro aplicações (esquema 0-1-2-6 meses), para melhorar a resposta ao estímulo produzido pela vacina”, pontua Marisa Mariano. Além disso, na rede privada há, ainda, uma terceira opção: tomar a vacina combinada contra as Hepatites Virais A e B. No país, ainda não existe imunizante contra a hepatite C.
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Cuidados
Além da prevenção, João Campos, coordenador regional de produção do Laboratório Lustosa, destaca a importância do diagnóstico precoce. “Por demorarem a apresentar sintomas, as hepatites virais normalmente acabam sendo descobertas tardiamente, facilitando, assim, a transmissão ou a progressão da doença, passando a se manifestar em suas formas mais graves, quando já evoluiu para cirrose ou câncer hepático. “Por isso, é essencial reforçar a necessidade de as pessoas estarem em dia com os exames de rotina, indicados para investigá-las”, alerta.
Márcio Nunes, coordenador médido do São Marcos, recomenda, também, outras medidas que podem evitar a transmissão das hepatites virais, que ocorre principalmente pelo contato fecal-oral (hepatite A), pelo sangue e relações sexuais (hepatites B e C): “Usar preservativo em todas as relações sexuais; exigir materiais esterilizados ou descartáveis em estúdios de tatuagem e de piercings; não compartilhar instrumentos de manicure e pedicure e não usar lâminas de barbear ou de depilar de outras pessoas”.