Um estudo realizado por um pesquisador da Escola O'Neill de Saúde Pública da Universidade de Indiana, publicado no último dia 30 de junho na revista Health Economics , aponta que lugares que legalizaram o uso recreativo de maconha para adultos também observaram uma queda nas internações para tratamento de saúde mental.





O estudo realizado pelo professor Alberto Ortega, da Escola O'Neill de Saúde Pública da Universidade de Indiana, foi baseado em dados de dez estados dos Estados Unidos que legalizaram a cannabis para uso adulto.

    “As leis sobre a maconha recreativa continuam crescendo em popularidade, mas os efeitos no tratamento da saúde mental não são claros”, escreveu Alberto Ortega

    No resumo do trabalho, Ortega afirma que o artigo “usa um estudo de evento dentro de uma estrutura de diferenças-em-diferenças para estudar o impacto de curto prazo das leis estaduais nas admissões em instalações de tratamento de saúde mental”.

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    “Os resultados indicam que logo após um estado adotar uma lei sobre o uso recreativo da maconha, eles experimentam uma diminuição no número médio de internações para tratamento de saúde mental”, escreveu Ortega.

    “As descobertas são impulsionadas por admissões de brancos, negros e financiados pelo Medicaid e são consistentes para admissões de homens e mulheres. Os resultados são robustos para especificações alternativas e análise de sensibilidade", pontua o professor.




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    Ele diz ainda que "há uma redução clara, imediata e estatisticamente significativa no total de admissões” depois que um estado adota leis de maconha recreativa e que o “efeito se torna mais pronunciado com o passar do tempo e permanece negativo até o quarto ano do evento”.

    No geral, o estudo estima que, nos primeiros anos após a aprovação, as leis de maconha recreativa “levaram a uma redução de aproximadamente 37% no total de admissões para tratamento de saúde mental ou cerca de 92 admissões a menos por 10 mil indivíduos em um estado”.

    “Os resultados são impulsionados por pessoas com menos de 65 anos, negras e brancas. Há também uma diminuição significativa nas admissões de tratamento financiadas pelo Medicaid, com um efeito estatisticamente insignificante muito menor para admissões não relacionadas ao Medicaid”, relata.

    A pesquisa, no entanto, não consegue definir a causa dessa diminuição.

    “Devido a limitações de dados, é difícil identificar os mecanismos que levam à diminuição do tratamento de saúde mental encontrados acima”, reconheceu Ortega. “Uma possibilidade é que aumentem o uso de maconha e isso melhore a saúde mental", completa.

    Outra possibilidade, acredita Ortega, é “que os indivíduos que precisam de tratamento de saúde mental possam substituir ou se automedicar mais facilmente com maconha, pós-”.

     

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