paciente entrando em uma máquina para exame de imagem acompanhado do médico

Ninguém gosta de ir ao médico ou ao hospital, mas algumas pessoas passam mal só de saber que farão um exame ou terão uma consulta médica

David Mark/Pixabay
 

Ninguém gosta de ir ao médico ou ao hospital, mas algumas pessoas passam mal só de saber que farão um exame ou terão uma consulta médica. Se você sofre, fica ansioso, com taquicardia e gélidas mãos nesse tipo de situação, você tem latrofobia, um temor irracional de profissionais de saúde, também chamada de Síndrome do Jaleco Branco. 

“Esse é um comportamento que vemos com regularidade no dia a dia, mas pode ser contornado de diferentes formas. Além de acolher esse paciente mais temeroso, é importante informá-lo sobre o que irá ocorrer e ouvir as suas dúvidas com o intuito de acalmá-lo”, aponta o médico radiologista Augusto Romão, CEO da One Laudos, empresa do segmento brasileiro de radiologia.
 
Também é comum as pessoas terem receio de fazer exames solicitados pelo médico, lembra o radiologista: "Vemos paciente com medo do resultado, de agulhas, de sangue e claustrofóbicos que não conseguem fazer a tradicional ressonância magnética por temerem lugares fechados. Para contornar essas condições, usamos algumas técnicas de abordagem, treinamento da equipe e recorre-se à ressonância de campo aberto, conhecida pela ausência do túnel de campo magnético fechado, presente no modelo tradicional do exame”, diz.

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Para ajudar a atenuar a Síndrome do Jaleco Branco em pacientes, o radiologista Augusto Romão destaca  recomendações importantes. Confira: 

1 - Informe-se sobre o procedimento

Converse com um profissional de saúde sobre o exame e tire as dúvidas existentes. Evite procurar informações on-line, nem sempre verdadeiras, as quais podem aumentar a ansiedade. Caso não resista, procure informações de qualidade nos portais de sociedades médicas, por exemplo.

 
2 - Encare os exames como aliados

Com diagnóstico precoce, as chances de sucesso dos tratamentos aumentam. A frase explica o poder da medicina diagnóstica, uma ferramenta que auxilia o médico na identificação de uma enfermidade e consequente definição do tratamento. Com inúmeros avanços na área, como a telerradiologia, os resultados dos laudos chegam cada vez mais rápido para avaliação da equipe médica. Já com a inclusão de técnica de inteligência artificial, os laudos ganharam maior precisão. Os algoritmos conseguem apontar alterações que fogem à capacidade visual do homem.

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3 - Não tema a tecnologia

Ao contrário do que ocorria no passado, os equipamentos de exames por imagem (tomografia, ressonância) são seguros, emitem pouca radiação e não interferem na saúde do paciente. Eles também têm sido desenvolvidos pensando no conforto e bem-estar das pessoas. Exames com preparo e uso de substâncias são seguros desde que a pessoa informe possíveis quadros de alergia ou outras condições. Atenção na hora de responder questionários prévios para que a equipe responsável tenha detalhes sobre o histórico do paciente.

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4 - Chame alguém para te acompanhar

Nem todo exame requer um acompanhante, mas é sempre bom se certificar antes sobre essa necessidade. Inclusive, respeite as orientações que requerem jejum ou uso de preparos. Mesmo que o procedimento não exija um acompanhante, quem tem medo deve convidar um familiar, cuidador ou amigo para ampará-lo. Um pouco de carinho e conversas podem fazer a diferença nesse momento delicado em que a Síndrome do Jaleco Branco assusta.