Desde que estreou no Brasil, em 20 de julho, o filme Barbie já levou cerca de 4 milhões de pessoas às salas de cinema do país. Com muito rosa, nostalgia e bom humor, o recém-lançado filme da  diretora Greta Gerwig vem agitando as mídias e as telas de cinema. A classificação etária confirma que a história não é para crianças, por trazer reflexões profundas que vão muito além do imaginário infantil.





O longa aborda a existência da boneca no mundo real, através da ótica dos desafios da realidade e da eterna busca de aprendizado em relação aos nossos sentimentos e emoções. Segundo a psicanalista Andrea Ladislau, essa versão da boneca desconstruída, madura e convicta da potência do feminismo demonstra a busca pela maturidade feminina. Além de evidenciar a forma como a sociedade trata as mulheres e enxerga os homens. 



Além disso, para a especialista, o filme alimenta a discussão atual feminista que valoriza o não estereótipo da mulher, com relação à estética, afirmando que a vida não é uma ficção. “Podemos destacar a ênfase enraizada em comportamentos como empatia, bondade, igualdade de gêneros, diversidade, auto expressão, criatividade, resiliência e a necessidade de resolução de problemas a partir da valorização da própria história, identificando os conflitos, sempre lembrando que existem coisas que somente você pode fazer”, explica Andrea. 

A famosa história da boneca criada, em 1959, pela empresária Ruth Handler, é retratada destacando discussões importantes sobre saúde mental e bem-estar emocional, provocando a análise da compreensão e diálogo sobre sentimentos e emoções nos dias atuais. Visto que, cada personagem representa uma faceta da psicologia humana em busca de autoconhecimento e crescimento pessoal.




Lições do filme

Dentro desse contexto, o filme abre uma reflexão sobre o que é a vida perfeita. “Cada um de nós possui suas qualidades,imperfeições, fragilidades, seu modo de agir e particularidades que nos tornam únicos e especiais - destacando a necessidade do gerenciamento das emoções, seja no mundo real ou até mesmo no mundo rosa da Barbie”, explica
 
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Facilmente identificados na trama, a crise existencial, a autoaceitação, a sororidade e a dependência emocional (principalmente, do boneco Ken, que sofre em uma busca eterna por aprovação e validação, por medo de ser abandonado pela Barbie), reforçam a necessidade de autoconhecimento para facilitar o gerenciar de sentimentos como: ansiedade, tristeza, baixa autoestima, desespero, medo e insegurança, 

Os temas apontados no filme ressaltam a máxima de que a autenticidade e a auto aceitação servem para apontar que, todas as pessoas são únicas e é essencial identificar suas singularidades, para respeitar a si e aos outros, no cultivo de um ambiente harmônico e inclusivo.

 “Barbie destaca que sem autocuidado e equilíbrio emocional, dificilmente se consegue enfrentar as adversidades da vida, uma vez que o reconhecimento das emoções e das imperfeições, leva ao aprendizado em lidar com elas. Esse ciclo é fundamental para nossa maturidade e como parte do processo de crescimento”, pontua a psicanalista.

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