Prescritos com o intuito de proporcionar melhor qualidade de vida a pacientes que sofrem de impotência sexual, os medicamentos que atuam como estimulantes são alternativas comprovadas como eficazes na melhora do quadro de disfunção erétil. Contudo, a grande questão é que, para além da necessidade, o Viagra, famoso comprimido azul, e outros medicamentos da classe, passaram a ser utilizados de forma indiscriminada por pessoas que, sem acompanhamento médico, fazem uso recreativo apenas para demonstrar virilidade e agradar ao outro — o que pode ser altamente nocivo à saúde.





Mario Chammas, urologista do Hospital DF Star, da rede D’Or, esclarece que a disfunção erétil tem diversas causas e podem ser classificadas em orgânicas ou psicológicas. As causas orgânicas seriam, principalmente, por alterações hormonais, alterações na irrigação dos corpos cavernosos (problemas arteriais, por exemplo) ou alterações neurológicas (nos nervos que transmitem os estímulos necessários para ereção). Já as causas psicológicas, ocorrem por alterações como ansiedade, depressão e temor de falha no desempenho sexual.

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O especialista informa que quando prescritos por um profissional, os medicamentos podem registrar melhora significativa na ereção e, consequentemente, um grande avanço na qualidade de vida. Os maiores riscos existem para aqueles que usam a substância sem nenhuma orientação, nesses casos podem ocorrer situações de dependência psicológica ao medicamento, que pode evoluir para a disfunção erétil. “Seria mais ou menos como uma situação de que a pessoa não precisaria ter usado o medicamento, mas que após utilizar algumas vezes passa a ficar dependente da medicação, tendo que utilizá-la em todas as relações sexuais”, exemplifica o urologista.

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Risco cardiovascular?

Mario Chammas esclarece que essas medicações vêm sendo usadas desde o fim da década de 1990 e sendo amplamente estudadas desde então. O especialista informa que as pesquisas apontam segurança cardiovascular alta dos remédios, quando usados de maneira correta, ou seja, depois de uma avaliação médica, em que o profissional verifica se o paciente tem condições de usar o medicamento e se não faz o uso de alguma outra substância que possa interagir com o estimulante.





No caso de pacientes com problemas cardiovasculares, é comum que façam o uso de medicações à base de nitrato, que é usado para dilatar as artérias do coração, o urologista destaca que o viagra não pode ser utilizado de maneira alguma junto com esses medicamentos, pois pode ocasionar queda de pressão e, consequentemente, problemas de saúde.

Estimulantes sexuais e a ereção

Mario Chammas, urologista do Hospital DF Star, da rede D’Or, explica que existem alguns medicamentos que favorecem a ereção, dentre eles os mais conhecidos são os da classe dos inibidores da fosfodiesterase do tipo 5 (IPDE-5) como sildenafil, vardenafil e tadalafila, todos atuam de forma semelhante.


“A ereção ocorre quando os corpos cavernosos, que são estruturas que ficam no interior do pênis, se enchem de sangue, fazendo com que ele se torne mais rígido. Estas medicações agem favorecendo o relaxamento da musculatura lisa dos corpos cavernosos — principal estrutura erétil do pênis — e a dilatação das artérias que levam o sangue até eles, facilitando a entrada de sangue no pênis e consequentemente, favorecendo a ereção.”





 

Riscos do uso indiscriminado e sem cautela


- Dependência psicológica
- Disfunção erétil em decorrência do uso contínuo
- Dores de cabeça
- Vermelhidão no rosto
- Azia
- Congestionamento nasal
- Tontura
- Dores musculares
Obs: Geralmente os efeitos cessam quando o uso do medicamento é interrompido

Hábitos que contribuem para relações sexuais saudáveis:

- Praticar atividades físicas
- Alimentar-se de maneira balanceada e saudável
- Evitar cigarros e bebidas alcoólicas em excesso

Palavra do especialista

Quais são as principais causas da disfunção erétil?
Em jovens, sem dúvidas, a principal causa é psicogênica — relacionada à ansiedade de desempenho. Naqueles acima de 50/60 anos, a principal causa é orgânica, relacionada ao sedentarismo, obesidade e diabetes. O uso de álcool e tabagismo também pioram bastante a situação.


Por que alguns homens, ainda que jovens e saudáveis, aderem aos estimulantes? Quais são os riscos para essas pessoas?

Um dos motivos refere-se à falta de confiança dos jovens, cada vez mais comum nessa população, devido à pressão social, no trabalho e problemas interpessoais. Além disso, devido à influência de amizades, muitos utilizam por “conselho” de amigos. O principal risco é criar uma dependência psicológica e essa pessoa só conseguir ter relação sexual ou ereções com o uso desses medicamentos.


Existem outras formas de melhorar a performance no sexo sem precisar recorrer aos estimulantes sexuais?
Sim, com certeza. Manter hábitos de vida saudáveis como alimentação equilibrada, com frutas, vegetais e proteínas e, principalmente, adotar uma rotina de prática de atividade física, com enfoque em treino de força muscular, que auxilia na produção natural de testosterona, melhora o humor, o equilíbrio dos neurotransmissores e produção de dopamina.


Thiago Vilela Castro, médico urologista do Hospital Santa Lúcia Norte, de Brasília.

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